Alfredo Cunha / Lusa

Antigo presidente da República é muito divertido, tem muita piada. “É um humor negro, mas fantástico”, relata Alfredo Cunha.

É o “fotógrafo da revolução”, esteve no local certo e à hora certa, no dia 25 de Abril de 1974.

Alfredo Cunha, um dos fotojornalistas mais conceituados em Portugal, já acompanhou diversas personalidades portuguesas, esteve em guerras lá fora, em momentos políticos importantes internacionais.

Foi também o fotógrafo oficial de Ramalho Eanes e Mário Soares, os dois primeiros presidentes da República depois do 25 de Abril.

Gostou muito dos dois. Mas sendo o general “mais rígido”… Não, não é – interrompe o fotógrafo, na Antena 1: “Isso é um mito. Ramalho Eanes é uma pessoa muito divertida, com muita piada. Tem um humor negro, mas um humor fantástico”.

“Ainda aqui há tempos encontrei-o e disse-lhe que estava com óptimo aspecto. Ele olha para mim, de alto a baixo, e diz: ‘Você está a precisar de ir ao oftalmologista’”, recorda, entre sorrisos.

Em relação a Mário Soares, “não é preciso explicar quem é”. Aliás, Mário Soares foi a pessoa de que mais gostou de fotografar até hoje.

Alfredo Cunha conseguiu “retratos inesperados”. Era “fantástico, gostei muito de o fotografar”, reforça.

Mas também gostou muito de fotografar António Lobo Antunes: “Durante anos recusava ser fotografado, até que um dia, a pedido de um grande amigo meu, o Rui Cardoso Martins, ele deixou-se fotografar. Andávamos há 20 anos nisto!”.

O escritor, e psiquiatra, até protagonizou uma espécie de consulta: “Foi super simpático, deu-me bons conselhos psiquiátricos, inclusive bons conselhos matrimoniais”.

Alfredo Cunha destacou ainda Eduardo Lourenço, professor e filósofo. “Um homem muito divertido e dizia coisas terríveis muito suavemente. E dizia-me sempre: ‘Não devia deixar fotografar-me porque pareço sempre o Salazar’”, lembra.


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