Má fase? Não há nenhuma má fase, garantia Rui Borges sobre um alegado mau momento do Sporting. E os “leões” encarregaram-se de confirmar as palavras do seu treinador, triunfando por 2-1 sobre o Marselha na terceira jornada da Liga dos Campeões. Foi um triunfo de reviravolta marcado por momentos em que o VAR reverteu (bem) decisões erradas do árbitro: um penálti que não era e que conduziu à expulsão de um jogador do Marselha, um fora de jogo que não o era e que deu o golo do empate e uma cabeçada que nunca existiu e que não justificava a expulsão.
Ser o líder do campeonato francês por estes tempos significa que é ser-se melhor que o PSG, o que não é coisa pouca. Este era o principal cartão-de-visita do Marselha, uma equipa de autor com um estilo muito próprio, perigosa e objectiva. Era esta a montanha que o Sporting tinha de escalar em mais uma noite europeia em Alvalade e afirmar-se como capaz de se bater com os melhores, como chegou a fazer em Nápoles.
João Simões voltou a ser aposta para o meio-campo, ao lado de Hjulmand, naquela que foi a principal novidade no “onze” dos “leões”. E diga-se que o Sporting até esteve bem nos primeiros cinco minutos, com a sua pressão alta a dificultar a construção adversária, muitas recuperações de bola e muitas acções na área adversária. Mas o Marselha rapidamente se habituou à pressão e começou a provocar o erro sportinguista em zonas adiantadas para começar a correr.
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Logo aos 11’, uma perda de bola de Geovany Quenda conduziu a um ataque rápido e a um excelente remate de Igor Paixão. Três minutos depois, tudo igual, mas com um desfecho diferente. Perda de bola em zona adiantada e tudo muito simples na equipa francesa. A partir da direita, Aubameyang enviou uma bola longa para Igor Paixão, o ex-Feyenoord enquadrou-se bem com a baliza e, de fora da área, atirou a contar. Fresneda não teve pernas para acompanhar o brasileiro e Quenda, o seu parceiro de flanco, estava demasiado longe.
Parecia haver pouca mobilidade dos homens da frente do Sporting para desposicionar a defesa a cinco do Marselha. Pouca vertigem pelas alas, muita concentração pelo meio, onde era mais difícil passar. Simões tentava remar contra a maré em lutas inglórias contra dois e três, conseguindo por vezes criar situações de superioridade em ataque, mas que ninguém conseguia aproveitar.
À passagem da meia-hora, o Sporting conseguiu equilibrar outra vez o jogo e manter o Marselha longe da sua baliza. Aos 35’, Trincão teve um ensaio de remate pouco espectacular, mas aos 38’ os “leões” tiveram finalmente uma grande oportunidade de golo. Suárez recuperou uma bola em zona adiantada, avançou para a baliza, tirou um defesa do caminho e rematou com direcção – Rulli defendeu com a perna.
Este era um lance que podia animar o Sporting para o resto do jogo, mas aos 44’ os “leões” tiveram de suster a respiração. Emerson Palmieri caiu na área num lance com Maxi e a primeira reacção do árbitro foi marcar penálti. Mas a revisão das imagens mostrou que o lateral brasileiro tinha simulado a falta e o árbitro não foi meigo: mostrou-lhe o segundo amarelo, seguido de um vermelho. O Sporting ia ter pouco mais de meio jogo com mais um.
A partir do primeiro minuto da segunda parte aconteceu o que se esperava, o Sporting a atacar, o Marselha a defender. Quenda deu o primeiro aviso aos 58’, numa incursão pela esquerda, com um remate de ângulo difícil que Rulli defendeu para o poste. Logo a seguir, o guardião argentino defendeu um remate de Suárez e outro de Simões. Adivinha-se o golo do Sporting.
Rui Borges fez as primeiras mudanças com cerca de meia-hora para jogar, reforçando as intenções atacantes com Geny Catamo e Ioannidis. Foi a melhor decisão que Borges podia ter tomado. Minuto 69, Pedro Gonçalves, a jogar em posição mais recuada, viu bem a posição de Catamo e meteu-lhe a bola à entrada da área, o moçambicano avançou, rematou e marcou. O assistente considerou que estava em fora-de-jogo, mas a tecnologia disse outra coisa: era golo. Era o empate. Ainda havia tempo para mais.
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Havia mesmo. O técnico sportinguista entrou em modo “carne toda no assador”, metendo em campo o que tinha no banco que pudesse atacar. De lá saltou um rapaz que há um ano jogava na segunda divisão chamado Alisson Santos. Cheio de fé, o jovem brasileiro encarou a defesa marselhesa, atirou, a bola bateu em Pavard e entrou. Festa total em Alvalade que ficou com algumas sombras depois da expulsão de Maxi Araújo num lance que envolveu Pavard – o árbitro pensou que era uma cabeçada, mas foi uma peitaça. Transformou o vermelho no amarelo e foram luzes verdes para o Sporting até ao fim.