David Croft, comentador da Sky Sports F1, afirma que Lewis Hamilton está a “perder a paciência” e “não está a ser ouvido” pela Ferrari, em declarações produzidas após o GP dos Estados Unidos de F1.

Hamilton igualou o seu melhor resultado desde que se juntou à Ferrari, terminando em quarto lugar, logo atrás do companheiro de equipa Charles Leclerc, que conquistou o seu sexto pódio de 2025. No entanto, o britânico registou um recorde indesejado: 19 corridas consecutivas sem pódio como piloto da Scuderia.

Embora a Ferrari tenha mostrado sinais de melhoria em Austin, Croft acredita que Hamilton começa a demonstrar sinais de frustração com a gestão da equipa e com o rumo do projeto.

“Eles tiveram uma dobradinha em Austin no ano passado. Este ano, ficaram em terceiro e quarto, e quase foram terceiro e quinto, porque Hamilton, pela segunda corrida consecutiva, terminou a arrastar-se para a meta”, comentou Croft no programa The F1 Show.

“A Ferrari ficará satisfeita com um pódio e haverá muitos sorrisos em Maranello, mas não é suficiente. Não é suficiente comparando com o que fizeram em Austin no ano passado, não é suficiente face ao que se esperava da equipa este ano — e, certamente, não é suficiente para Lewis Hamilton.”

“Não está a ser ouvido pela gestão da Ferrari”

Para Croft, a tensão pode aumentar se a equipa continuar a desvalorizar as propostas do heptacampeão.

“Vejo sinais de que Lewis está a ficar sem paciência nos seus esforços para ajudar a equipa a melhorar e mudar alguns procedimentos, e não está a ser ouvido”, destacou o comentador britânico.

Croft acrescentou ainda que esta situação “poderá tornar-se uma história recorrente, já que Lewis está desesperado por ajudar a Ferrari a recuperar os seus tempos de glória, mas sente que, de momento, não está a ser ouvido pela gestão nem por quem está acima.”

Hamilton mantém otimismo e sente maior ligação ao carro

Apesar das críticas externas, Lewis Hamilton mostrou‑se animado após a corrida em Austin. O piloto britânico afirmou finalmente sentir‑se mais confortável ao volante do Ferrari SF‑25 depois de um início de temporada difícil.

“Sinto finalmente que estou no controlo do carro”, disse Hamilton, de 40 anos. “Ainda temos margem para evoluir, podemos extrair mais, especialmente do meu lado, porque a qualificação não foi como esperava e a partida não foi boa. Há sempre áreas a melhorar, mas é positivo para a próxima corrida.”

O britânico destaca também a consistência da equipa, mas sobre a estratégia, Hamilton reconhece algumas falhas, embora tenha valorizado o resultado coletivo.

Com a época de 2025 a entrar na reta final, o desempenho de Hamilton permanece sob análise. Enquanto o britânico procura voltar ao pódio, a relação entre o piloto e a gestão da Ferrari parece tornar‑se o novo foco de atenção no paddock da Fórmula 1.

FOTO Phillippe Nanchino/MPSA