O assalto ocorreu durante a madrugada e ninguém se apercebeu do sucedido, já que o local é isolado e sem habitações nas proximidades, na Via do Poder Local, em Freamunde, Paços de Ferreira.

Os ladrões arrombaram os contentores e levaram 220 capões que lá se encontravam, 190 dos quais de um criador e 30 da própria associação. Levaram ainda uma máquina, “por estrear”, de depenar capões, disse Ricardo Graça, presidente da Associação de Criadores de Capão de Freamunde, ao JN.

Foi o criador que ficou sem 190 capões que, pelas 8 horas, foi ao local para alimentar e soltar os animais e deu conta do furto, alertando, a seguir, as autoridades.

A GNR de Freamunde, com o Núcleo de Investigação Criminal, tomou conta da ocorrência e a recolheu indícios, tendo em vista a identificação dos ladrões.

Cada capão vale 70 euros

O assalto causou prejuízos de cerca de 20 mil euros, tendo em conta que cada capão é vendido a cerca de 70 euros. Além disso, deverá condicionar a Feira dos Capões, a Semana Gastronómica do Capão à Freamunde e o Jantar de Gala, eventos que se vão realizar em Paços de Ferreira, no mês de dezembro. São organizados, respetivamente, pela Associação de Criadores de Capão de Freamunde, pela Câmara Municipal de Paços de Ferreira e pela Junta de Freguesia de Freamunde.

“Este assalto limita as quantidades disponíveis para estes eventos, são menos 220 capões que estarão à disposição. Os eventos não estão em risco, mas vão ter que ser mais controlados, porque o capão vai acabar mais depressa do que esperávamos. Vamos ter que definir uma estratégia para minimizar este dano”, justifica o presidente da Associação de Criadores de Capão de Freamunde, que congrega sete criadores.

O tempo de criação de um capão ronda os dez meses, não havendo tempo para que se possam criar novos para responder às necessidades dos eventos e aos pedidos para comercialização.

O que é um capão?

O capão é um galo que foi castrado ainda jovem e submetido a regime alimentar destinado à produção de carne para consumo humano. Se tiver sido sido bem castrado, não tem crista ou ela regride e fica pálida.

A presença de uma crista vermelha e desenvolvida é sinal de que a castração não foi feita corretamente e a ave se tornou um “rinchão”. A sua carne, do ponto de vista gastronómico, é menos valorizada.

Se a castração for bem feita, o animal terá uma crista muito pequena ou pálida, e uma barbela (a saliência carnosa sob o bico) igualmente pálida e retraída. A ave também se torna mais calma e não canta.