“Os médicos são empurrados para esta greve por Ana Paula Martins e pelas políticas do Governo de Luís Montenegro, que insiste intransigentemente em negociar com os médicos condições dignas para estarem no Serviço Nacional de Saúde”, explicou à RTP Joana Borlado e Sá.

A presidente da FNAM aponta a responsabilidade desta greve ao Executivo e “por todas as consultas que forem adiadas, seja a nível dos centros de saúde, a nível hospitalar e também a nível das cirurgias que vão ser adiadas”. Quanto à ministra da Saúde, a representante sindical lamenta que só tenha a oferecer a “mobilidade forçada dos médicos” e que tenha faltado “à verdade na Assembleia da República (…) quando disse que tal não ia acontecer – esta mobilidade forçada – para se fazer as urgências regionais”.

A verdade, continuou Joana Borlado e Sá, é que a ministra da Saúde quer impor esta “mobilidade forçada”, principalmente a nível da obstetrícia.

“E Luís Montenegro também é conivente com isto e também estará a faltar à verdade a todo o país se, de facto, elas forem implementadas”, acrescentou. “Esta mobilidade forçada não serve os médicos, mas também não serve a população, porque as grávidas e os bebés não vão ter serviços de proximidade”.

Estas medidas que o Ministério quer implementar, explicou a presidente da FNAM, vão implicar “que serviços de urgência estejam permanentemente encerrados – como no Barreiro, como em Setúbal – e as grávidas vão ter de continuar a andar quilómetros e quilómetros para serem atendidos”.

“Portanto, nós vamos continuar a ter os partos nas ambulâncias por este país fora”, disse, adiantando que o que a FNAM pretende com esta greve “é negociar de uma forma séria, de uma forma transparente, sem jogos de bastidores, as soluções para termos mais médicos no SNS”.

“Por isso nós estamos de greve”, sublinhou.

Questionada sobre a intransigência do Governo, Joana Bordalo e Sá considerou que “tem sido total” e que, “claramente, não dá um sinal de que quer negociar, mas sim impor” medidas que, a representante admite, “não servem os médicos, mas acima de tudo não servem o Serviço Nacional de Saúde”.



“Quer Ana Paula Martins, quer Luís Montenegro, estão a ser responsáveis pela destruição do Serviço Nacional de Saúde”
, concluiu.