Presidente Lucena na década de 1960.Reprodução / Acervo Sandro Blume
Colonizado por imigrantes alemães, o município de Presidente Lucena, no Vale do Sinos, é cortado pela Estrada Presidente Lucena. O nome homenageia um ex-presidente da província do Rio Grande do Sul. No final do século 19, Henrique Pereira de Lucena ordenou a construção de estrada entre São Leopoldo e Nova Petrópolis, no antigo caminho de tropeiros.
A zona colonial era organizada em picadas ou linhas. Os lotes de terras ficavam nos dois lados das precárias vias abertas no meio da mata. Linha Nova Baixa e Picada Schneider são as comunidades mais antigas de Presidente Lucena.
Inicialmente, o território pertencia a São Leopoldo. Quando conseguiu a emancipação, em 1992, o novo município ficou com áreas de Ivoti e São Sebastião do Caí. A sede, antes denominada de Arroio Veado, foi povoada no início do século 20.
A história do município é contada no novo livro Presidente Lucena: Conectando Memórias, Histórias e Sonhos (Editora ZMulti), de Felipe Kuhn Braun e Sandro Blume. O lançamento será no dia 9 de agosto, às 9h, no Memorial da Imigração Alemã Professor Belsino Maurer, em Presidente Lucena.
Novo livro sobre a história do município do Vale do Sinos.Reprodução / Editora ZMulti
No município de aproximadamente 3 mil habitantes, uma tradição é a produção de chimia (schmier, em alemão), um doce de frutas. Presidente Lucena promove a Schmierfest, a festa da schmier.
No ônibus, famílias carregavam chimia para vender nas cidades da região.Reprodução / Acervo Sandro Blume
— Os colonos plantavam batata-doce e cana-de-açúcar. Os primeiros começaram a cozinhar em casa. Levavam de ônibus a produção artesanal de schmier para vender nas cidades da região. Não demorou para os atravessadores buscarem o produto — conta o historiador Sandro Blume.
A produção artesanal deu origem às indústrias do doce no município, que tem o título de “Capital Nacional da Schmier Colonial”.