
O setor ou consolida, ou alguma operadora fecha portas, diz Luís Lopes. Por um lado, a Vodafone é um ativo “apetecível”; por outro, tem uma posição “forte” no mercado, que o torna potencial compradora.
O presidente executivo (CEO) da Vodafone Portugal, Luís Lopes, considerou esta quinta-feira que, a longo prazo, não há mercado em Portugal para quatro operadores de telecomunicações.
“Se me perguntarem a longo prazo, não acredito, não há mercado em Portugal para quatro operadores“, afirmou o gestor, num encontro com jornalistas na sede da empresa no Parque das Nações, em Lisboa, a propósito da celebração dos 33 anos da empresa, que “ou consolida ou fecha portas, alguma coisa há-de ter de acontecer”, prosseguiu Luís Lopes.
É a escala que faz com que os operadores sejam mais competitivos, explica o CEO. Questionado sobre a posição da operadora – se consolida ou é consolidada – recordou que a Vodafone Portugal é um ativo apetecível” — mas, por outro lado, essa posição forte coloca-a na posição de potencial consolidadora.
“A Vodafone, pela posição que tem em Portugal — tem uma posição muito forte — é um ativo muito apetecível, na minha opinião. Mas essa posição forte também a coloca numa posição de potencial consolidador, tal como tentámos fazer há dois anos”, acrescentou, referindo-se à tentativa de compra da Nowo, que não mereceu o aval da Autoridade da Concorrência.
A Nowo viria, em 2024, a ser adquirida pela Digi, que com a operação se consolidou em Portugal como quarto operador de telecomunicações, atrás da Vodafone, Altice e NOS.
“A maior parte dos países têm três operadores, Portugal fez licenças para ter cinco, a meio do jogo o quinto operador desistiu e quis ser comprado inicialmente por nós, não foi possível e foi adquirido por outro, passando a quatro”, recorda o CEO.
“Na Europa há um problema estrutural, porque não tem operadores com escala suficiente que possam fazer face aos desafios que outros operadores, nomeadamente em economias asiáticas e a norte-americana têm”, acrescenta.
Ou seja, “esses operadores operam com escalas que lhes permitem eficiências muito superiores, portanto conseguem produzir retorno que lhes permite ser muito mais rápidos e mais capazes de investir”, conclui.