Um novo medicamento para o tratamento de uma forma agressiva de câncer de mama chegou a Santa Catarina nesta quinta-feira (23). Uma remessa com 11.978 unidades chegou no dia 13 de outubro em Guarulhos (SP), sendo 516 frascos destinados ao Estado.

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O Trastuzumabe Entansina é de última geração e indicado para o câncer de mama HER2-positivo, tipo agressivo que estimula o crescimento das células tumorais. O medicamento é voltado para mulheres que, mesmo após a quimioterapia inicial, ainda apresentam sinais da doença, geralmente em estágio III.

A possibilidade de tratamento, ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), amplia as alternativas e representa um avanço no cuidado, com mais perpespectivas de controle do câncer de mama. Em geral, o medicamento é indicado quando o câncer de mama HER2- positivo está em estágio III.

A nível nacional, foram recebidos 6.206 frascos de 100 mg e 5.772 de 160 mg, distribuídos entre os estados. Em Santa Catarina, a entrega estava prevista para quinta-feira.

— É um avanço gigantesco para a oncologia nacional, com o primeiro protocolo clínico voltado a esse tratamento. Trata-se de uma medicação muito esperada pela nossa população, que poderá reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama do tipo HER2 positivo. É uma grande vitória para a saúde pública e para o povo brasileiro — afirmou o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto.

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Serão quatro lotes do medicamento, com as próximas entregas previstas para dezembro de 2025, março e junho de 2026. A previsão é que os lotes atendam 100% da demanda atual pelo medicamento no SUS, e beneficiem 1.144 pacientes ainda em 2025. O investimento total é de R$ 159,3 milhões para a compra de 34,4 mil frascos-ampola do medicamento, sendo 17,2 mil unidades de 100 mg e 17,2 mil de 160 mg.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC), os medicamentos já foram recebidos e serão distribuídos para as unidades de acordo com os requisitos necessários. Confira a nota:

“A Diretoria de Assistência Farmacêutica (DIAF) informa que a primeira remessa com 516 unidades do Trastuzumabe Entansina já está no Almoxarifado Central da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC). A pasta fará a regulação do acesso e a distribuição se dará às Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACONs) e Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACONs) catarinenses para atendimento às pacientes que cumprem os requisitos estabelecidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do câncer de mama. Ou seja, receberão o medicamento as pacientes que são elegíveis ao tratamento baseados em critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.”

Outros tratamentos

O Ministério da Saúde também atua para oferecer inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe) indicados para o tratamento de câncer de mama avançado ou metastático com receptor hormonal positivo e HER2-negativo.

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Uma portaria autorizando a compra descentralizada desses medicamentos, via APAC (Autorização de Procedimento de Alta Complexidade), deve ser publicada ainda este mês, permitindo que estados e municípios adquiram os medicamentos com financiamento federal.

Além disso, a faixa etária para mamografia pelo SUS foi ampliada, passando a incluir mulheres a partir de 40 anos, mesmo sem sintomas da doença.

Câncer de mama em Santa Catarina

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC), mulheres de 40 a 59 anos são as que mais morrem por conta do câncer de mama no Estado. Foram 471 mortes nesta faixa etária entre janeiro de 2024 e junho de 2025. Depois aparecem as mulheres de 60 a 69 anos, com 274 mortes, 70 a 79 anos, com 230 mortes, e mais de 80 anos, com 218 mortes.

A taxa de mortalidade por câncer de mama foi de 20,6, de acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade fornecidos pela SES. O índice é o mais alto entre as mulheres catarinenses, seguido do câncer de traqueia, brônquios e pulmões, com 17,2 de taxa de mortalidade. A doença é a que mais mata entre os homens de Santa Catarina, com taxa de 24,8.

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