Com mais de 800 inscritos, o XII Encontro da Rede Fiocruz de Pesquisa Clínica (RFPC) destacou o papel estratégico da pesquisa clínica para o enfrentamento dos desafios sanitários contemporâneos e a promoção da saúde com equidade. Os participantes ressaltaram a dimensão e a relevância do trabalho da RFPC na construção de redes e programas estratégicos, como o de vacinas. Estiveram presentes representantes do Ministério da Saúde e de parceiros externos, como a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa.
A mesa de abertura contou com as presenças da vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Alda Maria da Cruz, da coordenadora-executiva da RFPC, Marcela Gama, do coordenador da Plataforma de Pesquisa Clínica da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz), André Daher, e da gestora do Departamento de Assuntos Médicos, Estudos Clínicos e Vigilância Pós-Registro do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Lurdinha Maia. A vice-presidente fez a palestra inicial.
Abrindo o evento, realizado nos dias 16 e 17 de outubro, Alda Maria da Cruz abordou os planos estratégicos de pesquisa clínica direcionados ao programa Brasil Saudável, iniciativa que integra esforços de pesquisa, inovação e políticas públicas. Alda destacou a missão da Fiocruz de promover saúde e desenvolvimento social, presente em 14 estados e com escritórios em Moçambique e Portugal.
Ao assinalar os conceitos da OMS para reduzir a carga dos problemas de saúde pública, ela lembrou que, desde a erradicação da varíola nos anos 1980, se busca eliminar as doenças negligenciadas e socialmente determinadas. No Brasil, o esforço se traduz na criação do Comitê Interministerial, instituído pelo Decreto 1.494/2023, voltado à formulação de estratégias integradas para eliminação de doenças. Quanto a geografia das doenças, ressaltou a saúde da população negra como um importante indicador.
Entre os desafios, falou sobre o “silêncio epidemiológico” da hanseníase e a necessidade de avanços em ferramentas e modelos de predição. Ela destacou o papel dos estudos clínicos na área e as ações junto aos movimentos sociais, especialmente nas campanhas para diagnóstico precoce da doença. Além dos estudos sobre a LepVax, vacina inédita para hanseníase, e a vacina contra esquistossomose, a Schistovac, que tem previsão de estar disponível no SUS no final deste ano. Ambas as vacinas, voltadas para doenças negligenciadas, tiveram os estudos clínicos conduzidos por grupos da Fiocruz.
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