“O afastamento da vida política é uma impossibilidade. Eu quero fazer política, quero mudar a vida do país, quero lutar pelo meu país, pelo meu povo, quero lutar pela esquerda, pela igualdade”, declarou aos jornalistas esta tarde, horas depois de anunciar que não irá recandidatar-se ao cargo.
“Estarei aqui para o futuro do Bloco de Esquerda, estarei aqui para construir a esquerda. Sou também parte desse futuro, ainda que não como coordenadora”, reiterou.
“Por isso, continuarei certamente a fazer política. E continuarei a fazer política dentro do Bloco de Esquerda e contribuindo para o Bloco de Esquerda”.

A bloquista acrescentou que pretende concluir o processo orçamental que já iniciou “e, depois disso, sair do Parlamento”.
Mariana Mortágua explicou que esta “é uma decisão pessoal” e que “a decisão sobre o futuro do Bloco, essa sim é uma decisão coletiva e que acontecerá na próxima convenção do Bloco de Esquerda e sairá do debate entre as várias moções que são candidatas à convenção”. A bloquista agradeceu a quem a acompanhou ao longo dos últimos “intensos” dois anos e meio e disse ter “muito orgulho e muita confiança” no partido.
Mortágua anunciou este sábado, numa carta dirigida aos militantes do Bloco de Esquerda, que não iria recandidatar-se ao cargo de coordenadora do partido.
“A direção por mim encabeçada foi incapaz de inverter a excessiva centralização da estrutura do Bloco e gerar um novo impulso político e eleitoral. Bem sabemos das empenhadas campanhas de ódio dos nossos adversários, mas o certo é que não conseguimos neutralizá-las”, reconheceu na missiva.
“Estes são os tempos que nos toca viver e o Bloco tem a história, as ideias, a coerência e a militância para os enfrentar e para surpreender mais uma vez quem se assanha para nos atacar. Não temos medo e venceremos os novos fascistas e toda a opressão com a força da ideia socialista. Serei parte desse caminho, como sou há quase vinte anos. Confio neste partido, na gente que o faz. Conta comigo”, acrescentou.