“Os testes decisivos estão agora concluídos”, disse Putin num vídeo divulgado pelo Kremlin, durante uma reunião com responsáveis militares, ordenando que se comecem a “preparar as infraestruturas para colocar esta arma ao serviço nas forças armadas” russas.

Segundo garantiu, o “Burevéstnik” (pássaro da tempestade em russo) tem um “alcance ilimitado” e “é uma criação única que mais ninguém no mundo possui”.

Durante o último teste, em 21 de outubro, o míssil “Burevéstnik” permaneceu no ar “cerca de 15 horas”, sobrevoando 14 mil quilómetros, precisou o chefe do Estado-Maior russo, Valéri Guérasimov, acrescentando que “este não é um limite” para este armamento. “As características técnicas do Burevéstnik permitem utilizá-lo com precisão garantida contra locais altamente protegidos situados a qualquer distância”, afirmou.

Vladimir Putin anunciou em 2018 o desenvolvimento pelo exército russo destes mísseis, capazes, segundo ele, de superar praticamente todos os sistemas de interceção.

Segundo Valéri Guérasimov, “durante o seu voo, o míssil completou todas as manobras verticais e horizontais”, demonstrando assim “as suas grandes possibilidades na hora de eludir os sistemas antiaéreos e antimísseis”.

Putin destacou que se trata de “uma peça de armamento única que mais ninguém tem no mundo” e lembrou que especialistas do mais alto nível previram que tal projeto era “irrealizável”.

“E agora concluímos os testes finais”, afirmou orgulhosamente, acrescentando ser preciso construir a infraestrutura necessária para a sua implantação e colocá-lo ao serviço das Forças Armadas, para o que ainda há “muito trabalho pela frente”.

Putin anunciou pela primeira vez em outubro de 2023 um teste bem-sucedido com o “Burevéstnik”, um míssil envolto em controvérsia devido aos numerosos testes falhados realizados no final da década passada.

A Rússia decidiu avançar com o desenvolvimento desses mísseis quando os EUA abandonaram, em 2001, o tratado antimísseis, assinado por Moscovo e Washington em plena Guerra Fria (1972), para criar o seu próprio escudo antimísseis.

Putin dirigiu esta semana manobras das forças nucleares russas por terra, mar e ar, logo após o cancelamento da cimeira de Budapeste com o seu homólogo dos EUA, Donald Trump, devido à recusa de Moscovo em cessar as hostilidades na Ucrânia.