Contando a história de um dos quadrinistas mais populares do Brasil, Mauricio de Sousa — O filme, com direção e roteiro de Pedro Vasconcelos, é a principal estreia da semana. Da infância, a criação dos primeiros personagens até o sucesso da Turma da Mônica, o longa acompanha a trajetória de Maurício, interpretado pelo filho, Mauro Sousa, como pessoa e artista, além de mostrar os percalços e desafios enfrentados para construir a carreira brindada com o sucesso do gibi lido por gerações de brasileiros.
Pedro Vasconcelos iniciou a carreira como ator nas décadas de 1980 e 1990. Com a virada do milênio, ele se dedicou à direção, tendo trabalhado em novelas como Alma gêmea e A favorita, e nos longas Dona Flor e seus dois maridos e Fala sério, mãe. Porém, muito antes de entrar para o ramo artístico, Pedro cresceu lendo os quadrinhos de Maurício e aprendendo com as histórias do artista, tradição que passou para os filhos.
“Todos nós crescemos sob o impacto positivo e gostoso das histórias do Maurício, a gente está envolvido com isso a infância inteira e sabe o tamanho da importância dele para tantas pessoas, para tantas gerações de brasileiros, adultos, crianças e pessoas mais idosas”, observa o cineasta. Para ele, o longa vai trazer todas essas gerações para um lugar comum de amor e carinho pelos icônicos personagens de Maurício. “Por isso recomendo que as famílias vão juntas e em peso, que pais levem filhos, que avós levem netos, todos juntos”, avisa.
Mesmo tendo colaborado em diversas produções de sucesso, o cineasta conta que dirigir a cinebiografia de Maurício de Souza foi um dos trabalhos mais emocionantes da carreira: “Quando eu estive de cara com o Maurício, eu tremi, porque ele era, na verdade, o meu ídolo É uma pessoa muito importante e responsável pelo meu desenvolvimento como ser humano e pelo estímulo do meu gosto pela leitura e desenvolvimento da imaginação. Foi muito emocionante poder contar essa história no cinema”.
Para contar 90 anos de história em 90 minutos de filme, Pedro explica que escolheu os aspectos que considerava mais relevantes da trajetória de Maurício. “Queria que o espectador o visse pegando o ônibus, enfrentando desafios comuns a todos nós, com as filhas para sustentar e tendo que trabalhar, se virar, ainda sem ter conseguido estabelecer o seu nome para todo o país. Acho que é muito interessante poder ver de onde sai o desejo de contar histórias em quadrinhos”, completa.
“Maurício foi corajoso, acreditou no próprio sonho e não deixou se derrubar pelos desafios e impossibilidades. A vontade de viver de desenho demonstrou que fez o impossível tornar-se possível, e acho que isso é uma lição de vida muito importante para todos os brasileiros e para todas as pessoas que carregam um sonho no coração. O filme do Maurício vai mudar a vida de quem for assistir, eu não tenho a menor dúvida”, finaliza Pedro.
*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel
Estudante de Jornalismo apaixonada por cinema. Estagiária na editoria de cultura.