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JAS 39 Gripen E da Saab

Os novos caças comprados à Suécia são uma alternativa mais avançada e barata aos F-16 americanos que a Ucrânia tem usado em segunda mão.

A Suécia e a Ucrânia assinaram uma carta de intenções para a compra de entre 100 e 150 caças JAS 39 Gripen E, uma das aeronaves de combate mais avançadas e versáteis do mundo.

O acordo, anunciado na cidade sueca de Linköping pelo primeiro-ministro Ulf Kristersson e pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, representa uma viragem estratégica na modernização da força aérea ucraniana, que até agora dependia do envio de F-16 norte-americanos em segunda mão.

Zelenskiy afirmou que o seu objetivo é adquirir “não menos de 100” unidades, embora a entrega dos primeiros aparelhos possa demorar cerca de três anos após a assinatura do contrato definitivo. Apesar disso, o chefe de Estado ucraniano manifestou esperança em poder operar os primeiros Gripen já no próximo ano. O financiamento do projeto ainda está a ser definido, explica o El Confidencial, sendo uma das hipóteses o uso de ativos russos congelados no estrangeiro.

O Gripen E, fabricado pela empresa sueca Saab, é um caça polivalente de quarta geração considerado superior ao F-16 por vários analistas militares, entre eles Justin Bronk, do Royal United Services Institute (RUSI). Destaca-se pelo seu radar AESA, pelos avançados sistemas de guerra eletrónica e pela capacidade de utilizar o míssil ar-ar Meteor, de longo alcance.

Contudo, a sua principal vantagem reside na versatilidade operacional: pode operar a partir de estradas ou pistas improvisadas com equipas reduzidas, uma característica crucial para a Ucrânia, cujas bases aéreas são alvo constante de ataques russos.

Além disso, o Gripen é significativamente mais económico do que outros caças ocidentais, com o seu custo operacional a rondar os 5800 dólares por hora de voo, face aos 8700 do F-16, aos 13 600 do Rafale ou aos mais de 38 000 do F-35.

O desenvolvimento do Gripen resulta de décadas de preparação sueca perante a ameaça russa. Desde os anos cinquenta, a aviação sueca tem dado prioridade à capacidade de dispersão e resistência, criando aeronaves capazes de descolar de estradas e permanecer ocultas em zonas rurais. Essa mesma filosofia é agora a que inspira a Ucrânia a reconstruir a sua força aérea.


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