“Eu quero anunciar publicamente que esta semana submeti ao Conselho de Ministros uma resolução que permitirá ao Exército, como era desejo do Exército, avançar com o processo de modernização das Pandur”, afirmou.


Nuno Melo discursava em Viseu, na cerimónia militar do Dia do Exército, durante a qual indicou que essa modernização “será tendencialmente feita com recurso às indústrias de defesa nacional”.


O ministro considerou que não se trata de despesa, mas sim de investimento, “porque Portugal precisa” e as “Forças Armadas são realmente a primeira expressão da soberania de uma nação digna desse nome”.


“Utilizamos a modernização das Forças Armadas como um motor para o crescimento da economia, porque envolvemos as indústrias nacionais nestes projetos de modernização, e envolvendo as indústrias nacionais, nós estamos a criar novos empregos que geram grande retorno financeiro”, defendeu.


Nesta cerimónia, o ministro da Defesa Nacional indicou também que o primeiro “helicóptero do Exército” deverá chegar no próximo ano.


Também o novo aumento de suplemento da condição militar “acontecerá no próximo mês de janeiro de 2026”.


No seu discurso, Nuno Melo salientou igualmente a proposta de Orçamento do Estado para 2026, cuja votação na generalidade está marcada para terça-feira.


“A proposta do Orçamento do Estado para 2016 já aponta para um crescimento de 14,8% da despesa consolidada, isto em relação a 2025, quando o crescimento já tinha acontecido. Isto acontece porque lutamos para ter a Defesa naquela que é a primeira linha das prioridades da política, e isso não foi assim durante muitos anos. Durante muitos anos a defesa foi o parente pobre da política e agora está na linha da frente das prioridades da política”, assinalou.


Nesta intervenção, o ministro elencou várias das medidas que o Governo está a tomar, entre as quais para “os militares em regime de contrato” terem “acesso aos arrendamentos económicos de habitação do IASFA [Instituto de Ação Social das Forças Armadas]”. 


“Estamos a trabalhar neste preciso momento nas alterações legislativas que permitam que todos os militares, nas várias formas de prestação de serviço, possam ter acesso à ação social complementar”, disse.


Nuno Melo destacou também a “construção do polo de cirurgia no Hospital das Forças Armadas”. 


“São 18 milhões de euros de investimento num hospital que assim será de referência em Portugal, pois estamos a adquirir novos equipamentos modernos para que o Hospital das Forças Armadas não fique atrás de qualquer outro hospital do Sistema Nacional de Saúde ou privado em Portugal”, sublinhou.


Também numa intervenção nesta cerimónia do Dia do Exército, o chefe do Estado-Maior deste ramo, general Eduardo Mendes Ferrão, defendeu que “responder aos desafios resultantes do atual quadro geopolítico e geoestratégico, exige um Exército moderno, adaptável e resiliente, preparado para combater em ambientes conjuntos e combinados, em coordenação com outras forças, agências e nações”.


Mendes Ferrão considerou ser “tempo de olhar para o futuro, um futuro assente na valorização das pessoas, no reequipamento e na requalificação das infraestruturas”.


O general sublinhou igualmente que “2025 marca um ponto de viragem”.


“O ano em que estabilizámos os efetivos e começámos a crescer de novo. Hoje somos cerca de 13.200 militares e civis, um aumento de 6% face a 2024, invertendo a tendência de decréscimo que se verificava desde 2007”, salientou, advertindo que o ramo ainda está “muito aquém das reais necessidades”.