Desde 2021 que o Congresso estava dominado por forças peronistas, que bloqueavam várias iniciativas presidenciais. O Presidente argentino tem essencialmente governado por decretos, tendo estado em pé de guerra com deputados e senadores. Apesar de A Liberdade Avança não ter a maioria absoluta em nenhuma das câmaras, mesmo com a vitória folgada deste domingo, o partido do Presidente argentino ganha capital político e uma representação parlamentar mais forte para seguir a sua agenda.

[A 14 de janeiro de 1986 um acontecimento muda o rumo da campanha das presidenciais: a inesperada agressão a Soares na Marinha Grande. Nas urnas, o socialista e Zenha lutam por um lugar na segunda volta frente a Freitas. “Eleição Mais Louca de Sempre” é o novo Podcast Plus do Observador sobre as Presidenciais de 1986. Uma série narrada pelo ator Gonçalo Waddington, com banda sonora original de Samuel Úria. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E pode ouvir o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui.]

Em contrapartida, a oposição peronista sofreu uma derrota, ainda que não tenha assumido. A tentar organizar-se desde a vitória nas presidenciais de Javier Milei, o movimento político de esquerda vai ter de repensar a estratégia a longo prazo. Dividido e sem capacidade de mobilizar eleitores, o peronismo terá um caminho mais difícil para as presidenciais de 2027.

Quem também ficou satisfeito com os resultados eleitorais deste domingo foi o Presidente norte-americano. A uma semana e mais destas legislativas, Donald Trump concedeu um empréstimo de 20 mil milhões de dólares (cerca de 17 mil milhões de euros), que serve essencialmente para estabilizar a economia argentina. Foi um autêntico trunfo eleitoral para Javier Milei, ainda para mais depois de o líder norte-americano ter ameaçado voltar atrás se os “socialistas ou comunistas ganharem” estas eleições.