Já sabemos mais sobre o sucessor 100% elétrico do Alpine A110, mas a maior novidade é mesmo a possibilidade de não ser o fim da combustão.
Vimos a Porsche dar um passo atrás na eletrificação total dos sucessores do 718 Cayman e 718 Boxster, estando prometidas versões com motores a combustão, e agora a Alpine está a considerar o mesmo para o sucessor do A110.
Já se sabia que a Alpine se preparava para dizer adeus aos motores de combustão no icónico A110, com um novo desportivo 100% elétrico.
Mas Philippe Krief, diretor-executivo da Alpine, em entrevista à britânica Evo, deixa agora no ar a possibilidade de o sucessor do A110 poder vir a ter uma opção a combustão, mas com assistência elétrica (híbrido).

Krief nunca chega a dar certezas, mas caso a mudança de estratégia aconteça, esta pode ser facilmente explicada pela falta de interesse do mercado em desportivos 100% elétricos.
À semelhança dos rivais de Estugarda, a marca parece disposta a abrandar a transição para uma gama totalmente elétrica — até está a preparar um superdesportivo com motor a combustão.
Não vai ser só coupé
Philippe Krief confirma um novo A110 para 2027 e até lá deveremos ter mais respostas. Mas na entrevista à Evo, acabou por dar mais informações sobre o sucessor elétrico do desportivo peso-pluma.
Primeiro que tudo, o A110 deixará de ser apenas um coupé, como acontece atualmente. Vai contar também com uma versão aberta e, mais surpreendente, com uma variante 2+2, com bancos traseiros. Sobre o design do desportivo, Krief foi contundente: “fará o atual parecer antigo”.
E para melhor rivalizar com os sucessores elétricos dos Porsche 718, será também muito mais potente, com o responsável máximo da Alpine a afirmar que será mais potente até que o SUV A390, que na versão de topo trimotor declara 470 cv. Isto significa que o futuro A110 elétrico poderá chegar aos 500 cv, apenas com tração traseira, mas com um motor por roda.

Promete ser muito leve
Tanta potência — o atual não vai além dos 300 cv — poderia levar-nos a suspeitar que é uma forma de compensar um peso muito superior ao do A110 atual: pouco mais de 1100 kg, sem condutor.
Mas Krief surpreende ao indicar um peso-alvo para o inédito A110 elétrico abaixo dos 1300 kg. Não é leve apenas para um elétrico… É leve, ao nível de um Toyota GR86. Basta referir que o A290, o pocket-rocket da Alpine com base no Renault 5, acusa 1479 kg.
Para o conseguirem, o novo A110 deverá voltar a contar com uma construção maioritariamente em alumínio e também avanços ao nível da tecnologia para a bateria. Para mitigar o peso, está a ser concebida para maximizar a densidade energética (Wh/kg) e minimizar a perda de performance ao longo do tempo.
Além disso, a Alpine pretende tornar a bateria num elemento facilmente substituível. O que poderá permitir aos proprietários não só manter continuamente o máximo de performance do seu desportivo (poderão atualizar para uma nova química no futuro), como, teoricamente, mitigar a grave depreciação que tem condenado os modelos de alta performance 100% elétricos.
Uma abordagem que está a ser seguida, por exemplo, pela Ferrari nos seus híbridos e no novo e inédito elétrico. E Krief conhece-a bem: já esteve na Ferrari e Alfa Romeo, sendo o «pai» do 458 Speciale e do híbrido SF90, assim como da plataforma Giorgio e do magistral Giulia Quadrifoglio.
Chega em 2027
Ainda a dois anos de distância, a marca francesa não esconde ter em mira o futuro duo alemão da Porsche — que deverá chegar ao mercado na mesma altura —, mas agora ficamos a saber que a luta poderá ir mais além do que apenas as variantes elétricas… Caso a Alpine decida seguir o caminho da combustão.
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