“A chegar ao Japão. Ansioso para ver o Imperador!”, escreveu Trump na Truth Social pouco antes de o Air Force One pousar no aeroporto de Haneda, em Tóquio, pelas 17h00 locais.

Depois de ser recebido por várias autoridades norte-americanas e japonesas, que o esperavam à chegada, incluindo o secretário-chefe do gabinete japonês, o embaixador dos EUA no Japão e o comandante das forças norte-americanas no Japão, Trump embarcou no helicóptero presidencial Marine One e seguiu para o Palácio Imperial de Tóquio, onde se deve reunir com o imperador.

O Japão é um importante aliado dos Estados Unidos e, após seis anos desde o último encontro de ambos, Trump vai ser recebido primeiro pelo imperador Naruhito. Em 2019, depois de Naruhito ter ascendido ao trono, dando continuidade a uma linha imperial hereditária, o presidente norte-americano e a primeira-dama foram convidados de Estado do Imperador no Japão.

O papel de Naruhito, no entanto, é puramente simbólico, e o verdadeiro encontro diplomático acontece na terça-feira com Sanae Takaichi, a recém-eleita primeira-ministra conservadora e próxima de Shinzo Abe, o falecido antigo primeiro-ministro japonês.De acordo com a imprensa internacional, Takaichi espera impressionar ainda mais Trump com promessas de compra de veículos, soja e gasolina dos EUA. A nova governante disse ao líder norte-americano, num telefonema na semana passada, que o reforço da aliança entre Tóquio e Washington era a “prioridade máxima”.




Também Trump afirmou estar ansioso por conhecer Takaichi, uma aliada próxima de Abe – falecido amigo e parceiro de golfe: “Acho que ela será ótima”.

Espera-se que Trump destaque, nesta reunião, o compromisso do Japão de investir 550 mil milhões de dólares nos EUA.

Além das promessas de investimento, Takaichi deverá garantir a Trump que Tóquio está disponível para investir mais a nível de segurança, depois de ter anunciado aos deputados na sexta-feira que planeia acelerar o maior reforço em Defesa do Japão, desde a Segunda Guerra Mundial.

O Japão alberga a maior concentração de poder militar dos EUA no estrangeiro, e Trump já criticou anteriormente de que o país não está a gastar o suficiente para defender as ilhas japonesas da China, que o presidente norte-americano refere como cada vez mais agressiva.

Os encontros diplomáticos em Tóquio são também uma
estratégia para reforçar a relação comercial cada vez mais complexo que
Trump abalou no início deste ano com as tarifas.

Apesar das intenções de Takaichi para acelerar os planos para aumentar as despesas de defesa para 2 por cento do PIB, a nova primeira-ministra pode vir a ter dificuldades em comprometer o Japão com quaisquer novos aumentos que Trump proponha, uma vez que a coligação governamental japonesa não tem maioria no parlamento.


Trump passou o domingo na Malásia, onde participou de uma cimeira regional, e partiu na manhã de segunda-feira para o Japão. A bordo do Air Force One, o presidente norte-americano disse que pretende conversar em Tóquio sobre a “grande amizade” entre os EUA e o Japão.

A visita ao Japão acontece antes do encontro de Trump com o líder chinês Xi Jinping na quinta-feira na Coreia do Sul.