Um homem de nacionalidade portuguesa, de 25 anos, foi detido na tarde do último domingo em Espanha por ter espancado violentamente um outro, de 65 anos, num bar da região de Laviana, nas Astúrias. A vítima acabou por não resistir aos ferimentos e morreu já em casa.
Segundo o jornal La Nueva España, o conflito entre o agressor e a vítima teve início num bar de Barredos, região nas Astúrias, às 19h00 de sábado. As testemunhas relatam que a vítima, identificada como Cristino Iglesias, terá esbarrado no homem de 25 anos, tendo este último deixado cair o copo que trazia na mão. “A partir daí ficou muito violento. Ele bateu-lhe sem parar e, quando ele já estava no chão, continuou a bater-lhe”, explica uma testemunha.
Além de pontapés, o homem entretanto detido agrediu a vítima com um bastão que tinha no carro. Outras testemunhas da agressão dizem que várias pessoas no bar incentivaram a agressão. “Enquanto o Português lhe batia, outros encorajavam-no a continuar. Alguns gritavam ‘mata-o!’”, relatam.
A vítima conseguiu escapar do bar e, com a ajuda de um familiar, chegou a casa, a 300 metros do local da agressão, ainda vivo. A mulher, que só chegou a casa mais tarde, encontrou-o na cama, “enrolado em mantas”, e quis de imediato levá-lo às urgências. “Ele disse-me que estava bem, que recuperaria”, explica a viúva. O homem acabou por morrer na manhã de sábado.
Após saberem da morte de “Lupo”, como era conhecido onde vivia, vários vizinhos procuraram pelo agressor “para fazer justiça com as próprias mãos”, segundo o jornal. “Se alguém te incomoda, o que tens de fazer é ir embora, não é bater-lhe até à morte”, afirmou um vizinho.
Cristino Iglesias era conhecido na vizinhança por viver naquela região há vários anos. “Ele reformou-se muito cedo por doença mental”, explicam os vizinhos que indicam o histórico de toxicodependência da vítima. No entanto, garantem que este já não consumia drogas há vários anos. “A convivência não era fácil, ele era irritante e chato. Mas bastava afastar-se e pronto”, relata um dos vizinhos.
“O Português”, como é conhecido o agressor, foi detido na tarde de domingo, inicialmente acusado de agressão. No entanto, o Instituto de Medicina Legal local confirmou ao final do dia de domingo que a morte do homem foi causada pelas lesões da agressão, estando agora acusado de homicídio. A Guardia Civil confirmou que o relatório aponta para uma “morte causada por terceiros”.
Segundo o código penal espanhol, a pena não será menor do que 10 anos, podendo ser reduzida no máximo para cinco anos, se houver circunstâncias atenuantes, como confissão ou distúrbios mentais.
Texto editado por Carlos Diogo Santos
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