Doação de órgãos de vítimas de acidentes em SC mais que triplicou em comparação com 2024Acidente com motociclista morto na BR-470Foto: Bombeiros Voluntários de Ilhota/ND

A doação de órgãos feita por vítimas de acidentes de trânsito em Santa Catarina mais que triplicou em comparação com o total do ano passado, mesmo antes do término de 2025. Conforme a SC Transplantes, até setembro foram registradas 33 doações de órgãos de pessoas que morreram no trânsito. No ano anterior, foram nove.

Segundo a SC Transplantes, as vítimas de acidentes de trânsito sofreram morte encefálica. As doações feitas por essas pessoas entre janeiro e setembro representam 14% de todas as realizadas no período, que somam 263.

Ao longo de todo o ano passado, foram registradas 308 doações de órgãos. Nesse cenário, as doações decorrentes de mortes encefálicas no trânsito representaram 2,9%.

Faça como milhões de leitores informados: siga o ND Mais no Google. Seguir

Em 29,8% dos casos em que o paciente poderia doar órgãos neste ano, a família não autorizou. Já em 2024, o percentual de recusa foi de 23,8%, o que indica que o aumento nas doações por parte de vítimas de acidente de trânsito de um ano para o outro não se deu pela recusa das famílias, mas sim pelo crescimento de mortes encefálicas nesses casos.

Hospital de Florianópolis é instituição com maior número de doação de órgãos de SC

O HGCR (Hospital Governador Celso Ramos), em Florianópolis, é a instituição de saúde com maior número de doações de órgãos em 2025 em Santa Catarina.

A unidade, que pertence ao governo do estado, registrou 32 doações de janeiro a agosto deste ano, segundo a Central Estadual de Transplantes. Diego Fagundes, neurologista e coordenador Hospitalar de Transplante do HGCR, atribui o destaque à atuação integrada e à capacitação das equipes.

Ele explica que a doação pode ocorrer quando pacientes chegam à emergência em estado grave e evoluem para morte encefálica.

“O objetivo é tentar reverter essa condição. Muitos têm um desfecho desfavorável e evolui para morte encefálica. O diagnóstico de morte encefálica é concreto, com critérios seguros e bem definidos no país, condição para que possa haver doação de órgãos”, aponta.

Após a confirmação da causa da morte, a Coordenação Hospitalar de Transplantes do HGCR busca a autorização familiar para a doação de órgãos. A unidade se destaca também pela baixa taxa de não autorização, que é de apenas 19%.

Atualmente, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, 1.641 pessoas aguardam por transplantes em Santa Catarina. O rim é o órgão com maior procura, totalizando 933 casos.

Como ser um doador de órgãos