Quatro polícias e pelo menos outras 56 pessoas morreram esta terça-feira, 28 de Outubro, no Rio de Janeiro, na sequência de tiroteios numa megaoperação policial contra o grupo criminoso Comando Vermelho (CV), nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do estado brasileiro.
A Operação Contenção, da qual faz parte esta iniciativa, “visa combater a expansão territorial do CV, e capturar líderes criminosos do Rio de Janeiro e outros estados”, lê-se numa nota divulgada pelo governo estadual do Rio de Janeiro. Levada a cabo por cerca de 2500 membros das polícias militar e civil, a operação foi descrita pelo governo como a maior já realizada contra o Comando Vermelho.
À chegada das forças de segurança, os membros do CV terão utilizado drones para lançar granadas sobre elas, obstruindo também as ruas para evitar a aproximação policial.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, acusou o governo federal de não prestar o auxílio necessário no combate à criminalidade, apontando o dedo ao Presidente Lula da Silva, que diz ter “a cada dia uma razão nova” para não mobilizar as “forças federais” para o Rio de Janeiro. Cláudio Castro afirmou que o governo estadual “estava sozinho” nesta iniciativa, sendo que os pedidos de ajuda federal foram negados por três vezes no passado recente.
“Estamos sozinhos nessa luta hoje. É uma operação maior que a de 2010, e, infelizmente, desta vez, como ao longo deste mandato inteiro, não temos o auxílio de blindados nem agentes das forças federais de segurança e defesa”, acrescentou.
Além das mortes confirmadas, de dois polícias e 20 suspeitos, terão sido baleados pelo menos outros sete polícias e três civis, atingidos pelo fogo cruzado, avançou o portal G1. Pelo menos 81 pessoas foram detidas enquanto as autoridades tentavam cumprir 250 mandados de prisão e de busca, acrescentou o governo estadual, citado pela Reuters.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, destacou que nas áreas em questão vivem aproximadamente 280 mil pessoas. Citado pelo G1, diz ser uma operação “necessária”, que vai continuar.
Com os números mais recentes avançados pela imprensa brasileira, esta é já a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, têm-se multiplicado as intervenções militares contra grupos criminosos no Rio de Janeiro. Em 2021, 28 pessoas morreram em circunstâncias similares na favela do Jacarezinho, no Norte do estado. Já em 2022, registaram-se 24 mortes numa operação policial na Vila Cruzeiro.