O ministro da Defesa da Bélgica, Theo Francken, deixou, esta quarta-feira, um aviso ao Presidente russo. Se Vladimir Putin ousar atacar Bruxelas com um míssil — o “coração da NATO” —, a cidade de Moscovo “será dizimada”.
Numa entrevista ao jornal DeMorgen, o governante garantiu também que os Estados Unidos da América (EUA) se mantêm comprometidos com o artigo 5.º, que define que um ataque a um Estado-membro é um ataque a todos. “O preconceito contra o governo norte-americano é tão grande na Europa. É inacreditável.”
Theo Francken desvalorizou também as recentes demonstrações de armas nucleares russas. O ministro da Defesa recordou que, quando a Finlândia e a Suécia aderiram à NATO ou quando foram fornecidos caças F-16 à Ucrânia, Vladimir Putin repetiu as mesmas ameaças. O ministro lamentou que o Ocidente tenha tido “medo das reações de Putin”. “Isso só prolongou a guerra”, considera.
Para o governante belga, Vladimir Putin sabe que, se eventualmente usar armas nucleares contra a Aliança Atlântica, Moscovo será “apagado do mapa” por uma reação unida da NATO.
Em relação à guerra na Ucrânia, o ministro da Defesa da Bélgica ainda não vê um “caminho realista para a paz”: “Putin não quer negociar: ele quer explorar ao máximo a fraqueza da Europa. Quanto mais rápido nos rearmarmos, menores serão as chances de que ele conquiste a Ucrânia”. O governante considera que o Ocidente deve tentar “quebrar a Rússia economicamente” ao aplicar sanções e “cortar as receitas de petróleo e gás, que são o motor da sua economia de guerra”.
Theo Francken alertou também que o Ocidente “deve temer os russos”. A Rússia “continua a ser uma potência geopolítica com um exército forte e um tremendo espírito de luta”: “Venceram na Chechénia, dominaram na guerra da Síria por dez anos e estão ativos em muitas frentes em África”.
Em reação a estas declarações, a embaixada russa na Bélgica deixou, nas redes sociais, duras críticas às “declarações provocadoras e irresponsáveis” do ministro belga. “A loucura está a atingir novos patamares”, acusou a diplomacia de Moscovo, questionando: “Como é que alguém pode possivelmente compreender a dissonância cognitiva que atingiu o senhor Francken?”
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