A cantora e compositora Carolina Deslandes descobriu que estava grávida pouquíssimos dias depois de ter decidido que ia mesmo avançar para uma cirurgia que a impediria de voltar a ser mão no futuro. A intérprete preparava-se para fazer uma abdominoplastia “para corrigir a barriga depois das cesarianas [tem três filhos], uma sequela chamada diástase e que afeta um terço das mulheres que é mãe.
“Depois de ter tido três filhos – Santiago, Benjamim e Guilherme – e ter ficado com uma diástase abdominal, ter ficado com a barriga caída, passaram quase sete anos desde que o Guilherme nasceu, seis anos e pouco, e eu decidi fazer uma abdominoplastia”, revelou Carolina Deslandes no TikTok. Um projeto que a levou a fazer dieta e exercício, a perder 15 quilos, mas que foi subitamente interrompido. “Literalmente depois de eu pela primeira vez na vida ter tomado a decisão de avançar com a cirurgia e que não ia ter mais filhos. Fiquei completamente estupefacta, nem sabia o que dizer ao Luís [companheiro], porque na quarta-feira tinha acabado de lhe dizer que não ia ter mais filhos e que tinha tomado a decisão de avançar com a cirurgia. Portanto, achei que ele ia achar que eu estava louca”, revelou a cantora de 24 anos, que se prepara para ser mãe do quarto filho e que se vai chamar Sebastião.
Mas, afinal, que sequela da gravidez é esta que afeta tantas mulheres após a maternidade? Na verdade, trata-se do processo em que os músculos do abdómen naturalmente se afastam para encontrar espaço para o bebé que está a crescer. E se isto é uma adaptação natural do corpo, o regresso dos músculos ao ponto de partida, antes da gravidez, também deveria ser.
Contudo, nem sempre é assim e a taxa de incidência em Portugal aponta para, apesar de não existirem números concretos, aproximadamente uma em cada três mulheres ainda permanecer com o problema 12 meses após o parto, sendo que as restantes melhoram espontaneamente após o nascimento do bebé.
Da fisioterapia à eletroestimulação muscular e cirurgia, os níveis de intervenção nesta patologia – que pode decorrer também de casos de obesidade, perda repentina de peso, exercícios abdominais mal feitos ou predisposição genética – dependem da gravidade do caso. Em matéria de alerta, a ginecologista e obstetra nota que certos exercícios são contraindicados, especialmente no início do tratamento, como abdominais tradicionais ou pranchas mal executadas, pois podem agravar a diástase. A reabilitação deve ser personalizada e ajustada à evolução clínica de cada mulher.