Um registro feito pelo astrofísico e fotógrafo italiano Gianluca Masi capturou um dos fenômenos mais impressionantes dos últimos meses: o momento em que o cometa Lemmon parece cruzar o céu entrelaçado ao rastro luminoso de uma estrela cadente. A cena foi registrada na noite de sexta-feira (24), em Manciano, na região da Toscana, e rapidamente chamou a atenção da comunidade científica e de observadores do céu.
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Embora as imagens sugiram um encontro no espaço, os corpos celestes estavam separados por milhões de quilômetros. O meteoro cruzava a atmosfera terrestre, enquanto o cometa Lemmon — identificado oficialmente como C/2025 A6 (Lemmon) — passava a cerca de 100 milhões de quilômetros de distância. O rastro de luz deixado pelo meteoro, no entanto, criou o que Masi descreveu como “um verdadeiro milagre de perspectiva”.
“O brilho residual do meteoro parece se enrolar ao redor da cauda iônica do cometa”, escreveu Masi, fundador do Projeto Telescópio Virtual, ao compartilhar a foto nas redes sociais. Segundo ele, o registro só foi possível graças à coincidência de alinhamento entre o campo de visão e o instante exato da passagem do meteoro.
De acordo com a Nasa, meteoros podem se deslocar a mais de 160 mil km/h, e seus rastros luminosos — compostos por partículas ionizadas — podem permanecer visíveis por vários minutos. Durante esse tempo, os ventos em diferentes altitudes da atmosfera moldam os rastros em formas sinuosas e efêmeras, como as vistas na imagem feita na Itália.
O cometa Lemmon é um dos três atualmente visíveis no Sistema Solar, ao lado do R2 (SWAN) e do 3I/ATLAS. De acordo com os astrônomos, ele é o mais brilhante do trio, com uma cauda azulada formada por gases ionizados liberados da superfície e impulsionados pelo vento solar. O fenômeno tornou possível observá-lo até mesmo com telescópios simples ou binóculos, especialmente após o dia 21 de outubro, quando se aproximou da Terra.
Além do efeito visual do cometa, Masi observou um espiral dourado ao redor da imagem. O brilho, segundo ele, resultou da ionização do oxigênio molecular na atmosfera terrestre causada pela passagem ultrarrápida do meteoro. “Esse processo é seguido por uma recombinação das partículas, o que gera a emissão de luz naquele comprimento de onda”, explicou o astrofísico.