Os Estados Unidos da América cancelaram os planos para uma reunião em Budapeste entre o Presidente Donald Trump e o homólogo russo Vladimir Putin, avança o Financial Times. A decisão veio depois de uma chamada “tensa” entre Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, e Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo. Rubio terá dito a Donald Trump que Moscovo não mostrou interesse em negociar.

Os presidentes tinham concordado, neste mês, numa reunião a decorrer na capital da Hungria para discutir formas de pôr um fim à invasão da Rússia na Ucrânia, que decorre há mais de três anos e meio. Lavrov enviou uma nota a Washington sobre as exigências de Putin, com aspectos que terão afirmado ser a causa da invasão. Entre estes, referiam-se cedências de território ucraniano, a redução do apoio militar à Ucrânia e a garantia de que esta nunca se juntaria à NATO.

Vladimir Putin, por sua vez, não cedeu às exigências do Presidente norte-americano, que recentemente demonstrou ceder a algumas exigências russas, como foi o caso da recusa de fornecer mísseis Tomahawk à Ucrânia. O 47.º Presidente dos EUA alegou que os mísseis eram uma arma que o seu país precisava, “muito perigosa” e que levaria ao escalar do conflito.

O mesmo jornal, que refere fontes familiarizadas com o tema, afirma que Lavrov se tem demonstrado intransigente e tem adoptado uma postura “cansada e de quem tem coisas melhores para fazer do que reunir ou dialogar com os Estados Unidos”.

Donald Trump, que referiu que a chamada de 16 de Outubro com Putin foi “muito produtiva”, tem vindo a demonstrar alguns sinais de irritação. Para além de Putin não ceder facilmente às suas exigências, Moscovo anunciou que pediu um teste de um drone ​submarino com capacidade nuclear e testou um míssil de cruzeiro com propulsão nuclear.

Como resposta a Putin, o Presidente dos EUA anunciou na quinta-feira, através da sua rede social Truth Social, que, “devido aos programas de testes realizados por outros países”, solicitou ao Departamento de Guerra que começasse a testar as armas nucleares imediatamente. Os EUA, que segundo Trump “possuem mais armas nucleares do que qualquer outro país”, não faziam testes semelhantes desde 1992.