Foi uma carreira feita “Em nome do pai”. Foi desta forma que a RTP realizou, em 2014, uma reportagem sobre uma das figuras mais mediáticas do desporto português na altura: Rui Costa. Na altura, o ciclista era o atual campeão do mundo de fundo e tinha elevado o ciclismo a um nível que só Joaquim Agostinho o tinha feito. Nascido na Póvoa de Varzim, a história tinha tudo para encaminhar o pequeno Rui para outro rumo, eventualmente com uma bola debaixo dos braços ou com redes de pesca pelo meio. Contudo, foi através do pai que chegou ao ciclismo, juntamente com o irmão Mário, que também chegou ao World Tour, embora tenha largado cedo a estrada e, nos últimos tempos, se tenha dedicado ao gravel.

A história do “pequeno Rui” começou a construir-se cedo, com o poveiro a emigrar com apenas 22 anos para integrar a estrutura da Caisse d’Epargne, a atual Movistar. A partir daí, seguiram-se 16 temporadas de alto nível no escalão máximo do ciclismo, divididas entre Lampre-Merida, UAE Team Emirates, Intermarché-Circus-Wanty e, nos dois últimos anos, EF Education-EasyPost. Rui Costa foi o primeiro e único campeão do mundo do ciclismo de estrada português, conquistou três etapas na Volta a França tendo sido o último português a fazê-lo, e conquistou três vezes a Volta à Suíça, tendo sido o único a consegui-lo de forma consecutiva. Para além disso, Rui Costa foi eleito o Atleta do Ano no desporto português em três ocasiões (2012, 2013 e 2014), nas quais superou Cristiano Ronaldo. Agora, chegou a altura de terminar a carreira profissional.

“O ciclismo fez-me tão feliz! Chegou a hora de me retirar. De usufruir da companhia dos meus, de estar presente nos pequenos grandes momentos e de viver com calma o que tantas vezes ficou adiado. Fui um abençoado por viver o meu sonho, por vencer, por cair e levantar, e por ter sempre o meu anjinho da guarda comigo em cada curva da estrada. Agradeço a todas as equipas que fizeram parte desta viagem e à Seleção Nacional. Foi um orgulho imenso levar a nossa bandeira aos quatro cantos do mundo“, escreveu o ciclista, que estava em final de contrato com a EF Education, nas redes sociais.

“Obrigado Federação Portuguesa de Ciclismo. Obrigado ASC Guilhabreu. Obrigado Santa Maria da Feira. Obrigado Benfica. Obrigado Caisse D’Épargne. Obrigado Movistar. Obrigado Lampre-Merida. Obrigado UAE Team Emirates. Obrigado Intermarché. Obrigado EF. A todos os que acreditaram, torceram, ajudaram e estiveram comigo: de coração, obrigado. Hoje fecho um capítulo. Mas a paixão pelas duas rodas… essa nunca acabará”, concluiu o antigo campeão do mundo e nacional, título que conquistou na temporada passada.

Rui Costa eleito “Atleta do Ano” pelo terceiro ano consecutivo

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