O ator norte-americano Harrison Ford, estrela de Star Wars e Indiana Jones, acusou Donald Trump de “não ter políticas, mas caprichos” e afirma que “não conhece maior criminoso no mundo” de que o Presidente norte-americano. Em causa, estão as posições de Trump em relação às alterações climáticas.
Em declarações ao The Guardian, antes de uma cerimónia no Field Museum de Chicago, na qual iria receber um prémio de liderança em conservação, concedido pela fundação do falecido biólogo E.O. Wilson, Harrison Ford falou sobre o Presidente norte-americano, Donald Trump, acusando-o de “não ter políticas, mas caprichos”.
O ator, de 83 anos, diz estar “assustado” com a forma como Trump tem encarado as alterações climáticas. “Assusta-me. A ignorância, a arrogância, as mentiras, a falsidade“, assume. Acrescenta ainda que o Presidente norte-americano “tornou-se um instrumento do status quo, enriquecendo enquanto o mundo se destrói”. “Inacreditável. Não conheço um criminoso maior na história”, sublinha.
Defensor do meio ambiente, Ford diz que “tudo o que tem sido dito sobre as alterações climáticas tem se tornado verdade”, lamentando que as pessoas não consigam modificar as suas atitudes, devido “ao status quo que está profundamente enraizado na sociedade”
Desde que voltou à Casa Branca, em janeiro deste ano, para além de ter tomado várias decisões no sentido de desregulamentar o combate às alterações climáticas, como o abandono de projetos de produção de energia limpa, o incentivo ao aumento da produção de energia através de energias não renováveis ou saída do Acordo de Paris, entre outras, Donald Trump tem procurado, frequentemente, nos seus discursos, negar os seus efeitos e criticar a comunidade científica pelos alertas.
Em setembro, na 80ª Assembleia-geral das ONU, em Nova Iorque, Donald Trump desvalorizou as alterações climáticas, atacando os países que têm optado pela transição para a utilização de energias limpas, afirmando que estes se “encontram à beira da destruição por causa de uma agenda verde”. “A ciência climática é uma farsa”, disse.
O Presidente norte-americano incentivou, ainda, os países a regressarem a fontes de energia tradicionais, como o petróleo. Atacando a Organização das Nações Unidas, Trump disse, também, que “as previsões feitas estão erradas” e que “foram feitas por pessoas estúpidas”.
Contudo, Harrison Ford prefere manter-se otimista, acreditando que a visão de Trump não irá prevalecer, já que o resto do mundo se dirige para políticas energéticas cada vez mais verdes. “Ele está a perder terreno, porque tudo o que ele diz é mentira”. “Estou confiante de que podemos mitigar as alterações climáticas, de que podemos ganhar tempo para mudar comportamentos, para desenvolver novas tecnologias e, por isso, concentrarmo-nos em formas mais eficazes de implementação dessas mesmas políticas”, afirma.
Mas alerta que, para isso, “é preciso de desenvolver a vontade política e a sofisticação intelectual para perceber que somos capazes da mudança”. “Se nos concentrarmos num problema, conseguiremos resolvê-lo”, conclui.
*Editado por Cátia Andrea Costa
[Chegou o histórico debate entre Soares e Freitas. E o socialista já conseguiu o voto dos comunistas sem “olhar para o retrato” dele. A “Eleição Mais Louca de Sempre” é o novo Podcast Plus do Observador sobre as Presidenciais de 1986. Uma série narrada pelo ator Gonçalo Waddington, com banda sonora original de Samuel Úria. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E pode ouvir o primeiro episódio aqui, o segundo aqui, o terceiro aqui e o quarto aqui]