Imagem: Divulgação Boeing

As expectativas para a fabricante americana Boeing podem aumentar na China, à medida que as autoridades de Pequim avaliam as necessidades das companhias aéreas locais. Recentemente, o governo chinês iniciou um levantamento junto às empresas aéreas do país para entender a demanda por novas aeronaves comerciais, o que poderia indicar um fortalecimento nas relações comerciais com os Estados Unidos, caso um acordo mais amplo seja estabelecido.

A Administração da Aviação Civil da China (CAAC) solicitou que as transportadoras atualizassem seus planos de aquisição e renovação de frotas para 2025 e anos subsequentes, conforme revelou uma fonte próxima ao assunto ao South China Morning Post.

O órgão também quis saber se os planos das companhias incluiriam pedidos pendentes de aeronaves da Boeing e quais conversas já haviam ocorrido com a fabricante.

Em uma reunião recente em Pequim, o diretor da CAAC, Song Zhiyong, encontrou-se com Brendan Nelson, vice-presidente sênior da Boeing. Segundo um comunicado da CAAC, os dois discutiram em profundidade a possibilidade de ampliar a cooperação entre a China e a montadora americana.

Nos últimos anos, a Boeing enfrentou dificuldades devido a tensões bilaterais, mas especialistas do setor acreditam que a empresa, ainda um símbolo da tecnologia e fabricação aeronáutica dos EUA, está em uma posição privilegiada para se beneficiar de um possível aquecimento nas conversas comerciais e dos encontros entre líderes.

Se novos pedidos forem formalizados, isso pode sinalizar uma reviravolta nos negócios da Boeing na China. Os últimos anos foram marcados por uma interrupção nas compras da China, resultado de um descontentamento tácito por parte de Pequim devido às relações tensas com Washington, além de interrupções causadas pela pandemia de Covid-19.

Durante esse período, o país oriental optou por adquirir aeronaves da concorrente europeia Airbus e investiu em modelos nacionais, como o C919, fabricado pela estatal Comac. Contudo, de acordo com a segunda fonte, os formuladores de políticas em Pequim reconhecem a necessidade de jatos da Boeing, levando em conta a demanda operacional de operadores que utilizam exclusivamente suas aeronaves, a diversificação de fornecedores e o tempo necessário para a produção do C919.

A CAAC informou que existem várias operadoras na China com frotas exclusivas da Boeing. O CEO da Boeing, Kelly Ortberg, revelou que a empresa visa realizar 50 entregas na China até 2025. Um especialista do setor afirmou que, com um acordo final sobre tarifas, os jatos da Boeing podem novamente ocupar um papel de destaque nas compras chinesas.