LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Um estudo publicado na revista Scientific Reports sugere que objetos luminosos no céu entre 1949 e 1957 podem estar ligados a testes nucleares.
  • Pesquisadores analisaram mais de 100 mil fotografias do Observatório Palomar e encontraram correlações entre transientes luminosos e testes atômicos.
  • Os resultados indicam que a probabilidade de avistamentos desses objetos aumentava significativamente após testes nucleares.
  • Ainda não se sabe a origem desses transientes, mas há indícios de que possam ser efeitos atmosféricos ou UAPs refletindo luz solar.

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Imagens de transiente registradas em 1952 Divulgação/Scientific Reports

Um novo estudo publicado este mês na revista Scientific Reports afirma que objetos luminosos misteriosos registrados no céu há cerca de 70 anos podem estar relacionados a testes nucleares realizados na mesma época.

A conclusão foi feita a partir da análise de fotografias tiradas entre 1949 e 1957 pelo Observatório Palomar, na Califórnia, nos Estados Unidos, período anterior ao lançamento do primeiro satélite artificial.

Os pesquisadores revisaram mais de 100 mil registros fotográficos e identificaram diversos pontos brilhantes – chamados de transientes, por aparecerem em uma foto e desaparecerem na seguinte.

Esses objetos têm origem desconhecida e já foram associados, em hipóteses anteriores, a fenômenos como asteroides, defeitos de imagem ou até UAPs (Fenômenos Anômalos Não Identificados, novo termo oficial para ovnis).

Correlação com testes nucleares

O estudo cruzou as datas desses transientes com registros históricos de 124 testes nucleares acima do solo, realizados por Estados Unidos, União Soviética e Reino Unido entre 1951 e 1957, e também com relatos de UAPs documentados em um banco de dados internacional.

Os resultados indicaram que os objetos luminosos tinham 45% mais chance de aparecer em até um dia após um teste nuclear. Além disso, a probabilidade de ocorrência aumentava conforme cresciam os relatos de UAPs – para cada avistamento adicional de UAP, o número de transientes observados subia 8,5%.

Os cientistas também verificaram que os relatos de ovnis eram ligeiramente mais comuns durante as janelas de testes nucleares. Essa correlação, segundo o grupo, é a primeira do tipo a ser confirmada por meio de análise estatística revisada por pares.

Possíveis explicações

Apesar das associações encontradas, o estudo não define a natureza dos transientes. Os pesquisadores afirmam que a relação com os testes nucleares descarta explicações simples, como falhas em chapas fotográficas.

Uma das hipóteses é que as detonações atômicas tenham provocado efeitos atmosféricos ou luminosos ainda não documentados, capazes de gerar breves flashes visíveis nas placas do observatório.

Outra possibilidade, considerada mais especulativa, é que os transientes representem objetos metálicos refletindo luz solar – possivelmente UAPs orbitando a Terra durante o período de testes.

Os autores ressaltam que os fenômenos eram mais frequentes um dia após as explosões nucleares, o que, segundo eles, torna improvável que se tratassem de detritos atmosféricos das bombas.

Incertezas

Para os estudiosos, há pequenas, mas estatisticamente significativas, associações entre a ocorrência de transientes, testes nucleares e avistamentos de UAPs. Segundo os autores, os resultados “fornecem suporte empírico adicional para a validade do fenômeno UAP e sua possível conexão com a atividade nuclear”.

Ainda assim, o estudo argumenta que as causas exatas permanecem incertas. O grupo pretende aprimorar os métodos de análise com técnicas de inteligência artificial para reduzir erros e identificar novos padrões em registros astronômicos antigos.

“Nossas descobertas contribuem com dados que vão além dos relatos de testemunhas oculares e abrem caminho para novas investigações sobre fenômenos anômalos observados antes da era dos satélites”, afirmam os cientistas.

As investigações foram feitas pelo grupo VASCO, uma iniciativa internacional liderada por pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, que trabalha para identificar objetos que apareceram e desapareceram ao longo do tempo.

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