O Livre precisava, Jorge Pinto avançou e as bases aprovaram. O deputado do Livre recebeu uma aprovação de mais de dois terços (67,3%) dos membros e apoiantes do partido que votaram nas primárias para decidir o que fazer com o apoio presidencial do partido. Ainda assim, houve um apoio significativo a outras soluções. Mais de um quinto (21,3%) defendeu que o Livre não devia apoiar nenhum candidato e mais de um terço (35,7%) mostrou-se a favor de apoiar outro candidato que não Jorge Pinto.

Entre os candidatos alternativos, António José Seguro foi o preferido com mais de metade dos votos (52,2%), seguindo-se António Filipe (25,1%) e Catarina Martins (14,5%). Se forem tidos em conta os eleitores que não quiseram indicar nenhum nome nessa pergunta (maioritariamente apoiantes de Jorge Pinto), a percentagem de votação do antigo secretário-geral do PS é 18% (252 votos), a do ex-deputado comunista é 8,5% (121) e a da antiga coordenadora do Bloco de Esquerda é 4,9% (40 votos).

Além destes três, foram ainda validados 40 votos por vários outros candidatos, cujos nomes o Livre se recusou a revelar justificando que não tiveram uma votação superior a 1%. Na sequência da divulgação dos resultados, a Assembleia do Livre, órgão máximo entre congressos, reúne-se esta sexta-feira às 21h para decidir a quem dar o apoio do partido.

A escolha recairá garantidamente sobre Jorge Pinto, depois da aprovação maioritária que teve na consulta aos membros e simpatizantes. Sendo que os resultados das primárias no Livre não são vinculativos, a Assembleia teria liberdade de contrariar a decisão das bases. Seria algo inédito desde a fundação do partido, porque a Assembleia nunca contrariou um resultado das primárias. Além disso, a direção (cuja linha é maioritária na Assembleia) já tinha defendido o apoio a Jorge Pinto.

No total, participaram 1.494 membros e simpatizantes do Livre nas primárias, que se realizaram por votação eletrónica entre quarta-feira e quinta-feira. À pergunta se o partido devia apoiar alguém nas presidenciais, a aprovação foi a posição maioritária com 78,7% dos votos, sendo que mais de um quinto (21,3%) mostraram-se contra. Questionados se esse apoio devia ser Jorge Pinto, 67,3% dos membros e simpatizantes do Livre disseram que sim, 21,3% disseram que não, enquanto 277 eleitores se abstiveram de responder.

De seguida, à questão de se o Livre deve “apoiar uma candidatura de outra área política”, os votantes responderam maioritariamente que não (64,3%), mas com uns expressivos 35,7% a responder que sim — além de 259 abstenções. Por fim, na pergunta sobre que outra candidatura o Livre devia apoiar, cerca de um terço (33,8% ou 483 votos) indicaram nomes como António José Seguro, António Filipe e Catarina Martins. Por outro lado, dois terços não indicaram nomes e houve ainda 65 votos nulos.