Os 50,3% do capital da Impresa, dona da SIC e do Expresso, estão agora divididos de forma igual pelos cinco filhos de Francisco Pinto Balsemão, que morreu no passado dia 21 de Outubro. Em comunicado enviado ao regulador do mercado de capitais, a CMVM, os herdeiros afirmam que se uniram através de um acordo parassocial, concertando assim o sentido de voto.

Os cinco filhos (Mónica, Henrique, Francisco Maria, Joana e Francisco Pedro) pediram ao regulador a “derrogação do dever de lançamento de oferta pública de venda [OPA] que pudesse resultar da situação descrita”, ou seja, do facto de controlarem a empresa.

De acordo com o acordo parassocial, haverá “coordenação do exercício de direitos de voto em assembleia da Balseger e, por extensão, o alinhamento de voto na Impreger e na Impresa em matérias estratégicas”.

A Balseguer é a holding através da qual Francisco Pinto Balsemão detinha 71,4% da Impreger, sociedade que, por sua vez, é dona de 50,3% da Impresa. O acordo inclui ainda matérias como “restrições à transmissibilidade de acções e adesão de terceiros ao acordo”.

A notificação surgiu após o regulador ter suspendido nesta sexta-feira a negociação das acções da Impresa, “aguardando a divulgação de informação relevante ao mercado”.

Esta sexta-feira foi também o dia em que o presidente executivo, Francisco Pedro Balsemão, enviou uma comunicação aos trabalhadores do grupo, afirmando que “ao longo das últimas semanas muito se tem escrito e falado sobre a possibilidade, que comunicámos à CMVM, de termos um novo accionista de referência na Impresa”.

“Como sabem, as nossas portas estiveram sempre abertas para parceiros que nos tragam valor, à semelhança do que aconteceu, em vários momentos, desde a criação da Impresa”, destacou, citado pela agência Lusa, acrescentando que “qualquer eventual informação relevante será oportunamente comunicada através dos canais formais”. “O futuro da Impresa depende, em primeiro lugar, de cada um de nós”, realçou.

As negociações com o grupo italiano MFE foram confirmadas oficialmente pela empresa portuguesa a 28 de Setembro, depois de as acções terem também sido suspensas após notícias que davam conta dessa possibilidade de negócio.

Em comunicado enviado à CMVM naquela data, a Impresa afirmou que “não se encontrava afastada a possibilidade da aquisição pela MFE de uma participação relevante (directa ou indirecta) para efeitos de controlo” na empresa.