De acordo com o processo consultado pelo JN, na origem do crime está um incidente gerado quando “Manu” terá visto alguém a colocar uma substância alucinogénia na bebida de uma amiga, de 16 anos. Interveio logo, mas acabou esbofeteado e expulso do bar com um amigo.
Interrogado pelo procurador Rogério Osório, Matheus Marley Machado, de 27 anos, em prisão preventiva, na Cadeia de Custóias, em Matosinhos, afirmou ao MP e à PJ “ter feito uso da faca” contra a vítima.
“Eu vi o ‘Manu’ a correr na minha direção, acabando logo por apanhar a faca do chão, mas para me defender do ‘Manu’, que nesta altura já estava junto de mim”, declarou o arguido, durante o depoimento prestado perante o magistrado, que consta do processo.
A confissão da autoria do crime encaixa nas investigações da Polícia Judiciária de Braga, segundo a qual Marley “desferiu vários golpes na zona abdominal e das axilas de Manuel de Oliveira Gonçalves (‘Manu’), que lhe vieram a provocar a morte”.
Manu tinha 19 anos (Foto: Direitos reservados)
No interrogatório, o arguido deu a sua versão sobre os momentos que antecederam as facadas fatais, dizendo que cerca das 5 horas, ao sair do Bar da Associação Académica da Universidade com um amigo chamado Ian, deparou-se com “Manu” e um amigo deste. Declarou nada saber sobre qualquer substância alucinogénia colocada numa bebida e que, até aquela noite, não conhecia a vítima. Assegurou ainda que “Manu” e um amigo, armado de uma faca, vieram ter com ele. “Essa pessoa brandia a faca no ar como se pretendesse atingir o Ian”, disse.
“Nessa altura, a pessoa [amigo de ‘Manu’] tinha a faca na mão virou-se na minha direção, tentando também atingir-me, o que só não aconteceu, porque eu consegui agarrar a mão que tinha a faca”, salientou ao magistrado do MP e aos inspetores da PJ. Ainda segundo o autor confesso do homicídio: “Ian conseguiu dar um soco aquela pessoa [amigo de ‘Manu’], o que faz com que a mesma largue a faca, que acabou por cair no chão”. Alegando legítima defesa garantiu: “temi pela minha própria vida e da do Ian”.
Marley, posto em prisão preventiva poucos dias após o crime, declarou que, naquele momento de confusão, não teve a certeza de ter atingido a vítima com a faca, que acabou por deixar cair ao chão.