OMS indica que Portugal já possui transmissão local de vírus da varíola dos macacos
O último relatório mensal da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre mpox indica que todos os tipos do vírus da varíola dos macacos (MPXV, sigla em inglês) continuam a circular. Quando os surtos de varíola dos macacos não são rapidamente contidos e a transmissão de pessoa para pessoa não é interrompida, existe o risco de transmissão comunitária sustentada, esclareceu a OMS.
Em setembro de 2025, 42 países, em todas as regiões da OMS, reportaram um total de 3.135 casos confirmados, incluindo 12 óbitos, o que mostra um taxa mortal de 0,4%. O relatório mostra que mais de 80% destes casos foram notificados na Região Africana.
No entanto, a Região Africana, Região do Mediterrâneo Oriental, Região das Américas e Pacífico Ocidental observaram uma tendência decrescente dos casos confirmados reportados por mês, enquanto as regiões Europeia e do Sudeste Asiático observaram um aumento dos casos em setembro de 2025.
Dados do relatório indicam que dezassete países de África apresentaram transmissão ativa contínua do vírus da varíola dos macacos (mpox) nas últimas seis semanas, de 14 de setembro a 19 de outubro de 2025, e a notificação de 2.862 casos, incluindo 17 óbitos, sendo a taxa de mortes de 0,6%.
Os países que reportaram o maior número de casos nas últimas seis semanas são a República Democrática do Congo, a Libéria, o Quénia e o Gana. Tendências de alta no Quénia e na Libéria, e tendências de queda sustentadas na República Democrática do Congo e indícios iniciais de uma tendência de queda no Gana.
Desde a última edição do relatório, e pela primeira vez, a Malásia, a Namíbia, os Países Baixos, Portugal e Espanha reportaram a deteção do vírus da varíola dos macacos de um tipo.
Mas, novos casos importados de mpox, devido a um tipo de vírus do MPXV, foram detetados entre viajantes na Bélgica, Canadá, Alemanha, Itália, Qatar e Espanha.
Seis países fora da África Central e Oriental reportaram casos de MPXV do tipo clade Ib entre indivíduos sem histórico de viagens, o que indica haver circulação local do vírus em Itália, Malásia, Holanda, Portugal, Espanha e Estados Unidos da América. Para além dos países africanos, estes países são agora também classificados como tendo transmissão comunitária do MPXV do tipo clade Ib.
A OMS refere que desde o último relatório foram detetados pelo menos cinco casos de mpox devido ao MPXV do tipo clade Ib entre indivíduos que se identificam como homens que têm sexo com homens. Estes casos fornecem a primeira evidência de circulação, anteriormente não detetada, desta estirpe viral dentro desta população de risco, na qual apenas o MPXV do tipo clade IIb tinha sido reportado desde 2022, e em diferentes regiões.
Em face dos dados, e tendo em conta a crescente transmissão comunitária do MPXV do tipo clade Ib e a sua deteção entre homens que têm sexo com homens, a OMS avalia, atualmente, o risco para a saúde pública como moderado para os homens que têm sexo com homens e baixo para a população em geral em contextos fora das áreas historicamente endémicas.
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