O ex-presidente norte-americano criticou este sábado Donald Trump por políticas “caóticas” e alertou para perigos que ameaçam a democracia nos EUA, fazendo campanha pelos democratas para as eleições regionais, que servirão de teste à liderança republicana.
“O Governo está paralisado e os republicanos, que atualmente são responsáveis pelo Congresso, nem sequer estão a fingir resolver o problema”, afirmou o antigo presidente democrata.
“Não têm aparecido para trabalhar”, apontou Obama. “O que estão a fazer?”.
Nove meses após o início do segundo mandato presidencial de Donald Trump, “a situação melhorou” para aqueles que quiseram “tentar a sorte” com o líder republicano?, interrogou o ex-presidente num discurso em Norfolk (Virgínia, leste dos Estados Unidos).
“A economia está a funcionar melhor para vocês? Porque certamente melhorou para (Donald) Trump e sua família”, acrescentou Obama.
“Para as famílias comuns, os custos não diminuíram, aumentaram, por causa dessa política tarifária caótica”, acrescentou, referindo-se aos direitos aduaneiros impostos por Trump às importações de produtos provenientes de países terceiros.
“Dourar a Sala Oval” e outras “questões fulcrais”
Depois, direcionando as críticas ao atual presidente norte-americano, ironizou sobre as “questões fulcrais” com que Trump se tem preocupado, “como pavimentar o roseiral, para as pessoas não ficarem com os sapatos enlameados”.
“E dourar a Sala Oval e construir um salão de baile de 300 milhões de dólares”, acrescentou.

O ex-presidente (2009-2017) também se pronunciou em termos gerais sobre a política dos Estados Unidos, expressando várias preocupações.
“Não precisamos de especular sobre os perigos que ameaçam a nossa democracia: eles são muito reais”, afirmou.
Obama criticou os republicanos do Congresso, que, segundo ele, “se recusam a opor-se ao Presidente (Trump), mesmo quando sabem que está a ultrapassar os limites”, e também se mostrou preocupado com o Supremo Tribunal, que não demonstra “nenhuma vontade de controlar os excessos do governo”.
As declarações foram feitas durante um comício de apoio da candidata democrata ao governo da Virgínia. Os resultados destas eleições, que terão lugar na terça-feira, serão analisados para além da esfera local e servirão, em certa medida, como barómetro antes das eleições intercalares de 2026.
C/Lusa