E, de repente, no breu do céu, um clarão de luz transformou a noite em dia por uns ínfimos momentos — e, mais uma vez, causou um grande estardalhaço nas redes sociais.

Pelas 19h40 deste domingo, 2 de Novembro, um objecto luminoso cruzou os céus de Portugal, tendo sido avistado em vários pontos de Portugal e de Espanha. Tratou-se de um bólide, um meteoro tão brilhante que pôde ser observado por vários segundos, como comprovou o projecto SMART, que monitoriza estes corpos celestes na Península Ibérica e é gerido pelo Instituto de Astrofísica da Andaluzia.​

Esta bola de fogo “impressionante”, com uma “luminosidade maior que a da Lua Cheia”, foi gerada por “uma rocha (um meteoróide) de um cometa que entrou na atmosfera a aproximadamente 81 mil quilómetros por hora”, descreve o projecto no vídeo que partilhou no YouTube.


O bólide sobrevoou Portugal, mas graças à sua alta luminosidade pôde mesmo ser visto em toda a Península Ibérica. Entrou com uma altitude de cerca de 97 quilómetros sobre a Lousã, em Castelo Branco, movendo-se para noroeste até se extinguir a uma altura de cerca de 43 quilómetros sobre Amiosinho, em Coimbra.

Os relatos sucedem-se com avistamentos um pouco por todo o país, por exemplo, Aveiro, Mangualde, Marinha Grande, Vinhais, com várias imagens e descrições a serem partilhadas por páginas focadas em fenómenos meteorológicos, como a Luso Meteo e a Meteo Trás-os-Montes.


Também a Rede de Investigação em Bólides e Meteoritos espanhola deu conta da passagem de um “enorme bólide” sobre Cáceres e Zamora, mas também por Castelo Branco, em vários vídeos partilhados no X (antigo Twitter).

Não é um fenómeno assim tão raro a passagem de meteoros pelos céus portugueses. Todos os anos, a Terra ganha umas quantas toneladas de materiais extraterrestres, entre rochas e poeiras, que caem sobre ela.

E o que distingue um meteoro de um meteorito? Quando o corpo celeste navega no espaço chama-se meteoróide. Quando atinge a atmosfera passa a designar-se meteoro (nome que se dá ao rasto luminoso que resulta da combustão face ao atrito do objecto com o ar). Se o meteoro cair na Terra, os seus detritos chamam-se meteoritos. Já um bólide não deixa de ser um meteoro, mas é ainda mais espectacular, de tão brilhante que é: o mítico de 19 de Maio de 2024 foi mesmo descrito como um “superbólide”.