Os radares são uma das formas mais comuns de controlo de velocidade. No entanto, por serem, também, uma forma ultrapassada de “ganhar dinheiro”, esta região decidiu proibi-los, sob a promessa de implementar uma nova abordagem de segurança rodoviária.

Radar de velocidade

Conforme sabemos, os radares de velocidade são dispositivos utilizados para medir a velocidade dos veículos em circulação. Instalados em locais estratégicos, como estradas urbanas, autoestradas e zonas escolares, permitem identificar condutores que ultrapassam os limites legais de velocidade, estando, em muitos casos, integrados em sistemas automáticos que registam a matrícula e emitem multas de forma eletrónica.

Desta forma automática, os radares de velocidade garantem uma fiscalização constante e precisa, indo a sua importância supostamente além da aplicação de sanções.

Teoricamente, os equipamentos contribuem de forma significativa para a redução de acidentes rodoviários, uma vez que incentivam os condutores a manter uma condução mais prudente. Além disso, promovem uma maior segurança para peões e ciclistas.

Lombas e sinais de luzes, em vez de radares de velocidade

Utilizados para controlo de velocidade globalmente, em Ontário, no Canadá, os condutores, especialmente os imprudentes, ver-se-ão livres destes dispositivos.

A província anunciou que removerá todas as câmaras automáticas de fiscalização de velocidade em toda a região nas próximas duas semanas, sob o argumento de estes representarem uma forma ultrapassada de “ganhar dinheiro”.

À semelhança da realidade portuguesa, os radares de velocidade provocam reações mistas: alguns condutores acreditam que eles servem para diminuir o tráfego, detetar os excessos de velocidade e, em geral, tornar as estradas mais seguras sem exigir policiamento humano.

Por outro lado, os críticos do sistema argumentam que as câmaras têm mais que ver com as receitas do que com a segurança.

Esta perspetiva é suportada pelo próprio primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, que chamou às câmaras uma “forma de ganhar dinheiro”, argumentando que elas pouco fazem para reduzir o excesso de velocidade e, em vez disso, sobrecarregam os condutores com multas que chegam muito tempo depois da infração.

Turbo rotunda

Fim dos radares de velocidade em Ontário

Após uma série de vandalismos aos dispositivos, a região votou, na semana passada, a aprovação de uma lei que proíbe os radares de velocidade e os remove das estradas dentro de duas semanas.

Em vez dos radares de velocidade, serão adotadas medidas físicas de moderação do tráfego, incluindo lombas, rotundas e sinais com luzes intermitentes. O ministro dos Transportes, Prabmeet Sarkaria, não definiu, contudo, um cronograma para a sua instalação.

Uma vez que este tipo de infraestrutura custa dinheiro, em vez de gerá-lo, o primeiro-ministro de Ontário, informou que o seu governo vai criar um fundo para ajudar os municípios a pagar, não sendo ainda claro o valor que será disponibilizado.

Segundo a CBC, citada pelo Carscoops, a legislação para proibir as câmaras foi incluída num projeto de lei para reduzir a burocracia, pelo que teve pouco tempo de debate e nenhuma audiência pública antes de ser aprovada.

Há muitas coisas diferentes que podemos fazer, certamente, para reduzir a velocidade das pessoas. No entanto, estou a dizer-lhe que, se um pedestre, se uma criança, for ferida neste intervalo, a responsabilidade recairá sobre os ombros deste primeiro-ministro.

Disse a líder do NDP (em português, Novo Partido Democrático), Marit Stiles, à CBC, criticando a nova abordagem.

 

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