Um estudante do Instituto Politécnico de Tomar (IPT) foi filmado a insultar e atirar água a colegas do primeiro ano do curso durante uma praxe. De acordo com a instituição de ensino superior, os alunos envolvidos no vídeo frequentam a licenciatura em Contabilidade, na Escola Superior de Gestão do IPT.

Na tarde do dia 23 de Outubro alguns “caloiros” foram levados para um local isolado do Politécnico e foram ordenados a ajoelhar-se com a cabeça encostada numa pedra e mãos atrás das costas, numa valeta, enquanto um estudante trajado mais velho gritava com eles e os molhava com água. No vídeo, o estudante ordena a um colega que se deite de barriga para baixo com a cabeça apoiada na pedra.

O vídeo foi amplamente divulgado nas redes sociais. Ao P3, fonte do gabinete de comunicação da instituição garantiu que o IPT só tomou conhecimento da praxe no dia 27 de Outubro, através das redes sociais, tendo aberto um processo disciplinar ao estudante, “que está a correr os seus termos”. Além disso, o aluno foi também suspenso.

O instituto politécnico não prevê, à data, quaisquer consequências para os alunos que testemunharam toda a situação, uma vez que “não foi possível determinar que estudantes gravaram o vídeo”, nem foi averiguado “quem terá colocado nas redes sociais.”


O Conselho de Veteranos (Magnum Consilium Veteranorum), que tutela a praxe nesta instituição, divulgou um comunicado em que afirma que num “local isolado foram proferidas palavras em decibéis altos e baptizados os caloiros com água e unicamente água, símbolo de purificação”.

No mesmo comunicado afirmam que velam “de forma intransigente pelo bem-estar físico, psicológico e moral” de todos, e garantem que todos os envolvidos foram ouvidos e “demonstram plena vontade de prosseguir na vivência académica e actividades da praxe”. Apesar disso, o grupo de estudantes do Conselho de Veteranos deliberou a suspensão do aluno, que ficou impedido de praxar por tempo indeterminado.

O IPT garantiu ao P3 que “nunca foram reportados ou denunciados comportamentos do tipo do ocorrido na praxe em questão”, quer em relação ao estudante que foi suspenso, quer em relação a qualquer outro estudante.