Pouca gente imagina, mas a saúde da sua boca pode ser a chave para proteger o seu coração; estudos associam periodontite a doenças cardiovasculares.

A periodontite, aquela inflamação grave das gengivas que muitos negligenciam como “apenas um problema bucal”, mostrou ser muito mais perigosa do que imaginávamos. Estudos recentes comprovam que esta condição pode dobrar as chances de uma pessoa sofrer um infarto ou acidente vascular cerebral.

A boa notícia é que este processo perigoso pode ser interrompido. Estudos demonstram que o tratamento periodontal adequado, como a raspagem para remover tártaro e bactérias, é capaz de reduzir significativamente os marcadores de inflamação no sangue. Isso significa que tratar a gengiva é, comprovadamente, uma forma eficaz de cuidar do sistema cardiovascular.

É aqui que entra a importância de um acompanhamento especializado. Em metrópoles, por exemplo, existe uma infinidade de opções de especialistas. Encontrar um dentista em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e outros estados que seja especialista em periodontia faz toda a diferença.

Para facilitar essa busca por um profissional qualificado e confiável, plataformas como a AvaliaMed se tornaram ferramentas valiosas, permitindo que os pacientes encontrem especialistas com base em avaliações de outros pacientes, localização e expertise.

Do sangramento ao risco cardíaco

No Brasil, onde as doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 350 mil mortes anuais – a principal causa de óbitos no país – esse alerta se torna ainda mais urgente. Especialistas agora afirmam que negligenciar a saúde bucal pode representar um perigo equivalente ao colesterol descontrolado ou à pressão arterial elevada.

A jornada dessa ameaça silenciosa começa de forma quase imperceptível. A gengivite, com seu sangramento discreto e mau hálito, é apenas o primeiro capítulo. Quando não tratada, ela evolui para periodontite. Nesta fase, o osso que sustenta os dentes começa a ser destruído.

O dente amolece e, nos casos mais avançados, ocorre a perda dentária. Mas o verdadeiro perigo é invisível: as bactérias bucais encontram na gengiva inflamada uma porta aberta para a corrente sanguínea.

Uma vez na circulação, bactérias como a Porphyromonas gingivalis desencadeiam uma verdadeira guerra dentro do organismo. O sistema imunológico entra em estado de alerta máximo, provocando uma inflamação generalizada. Essa inflamação crônica é o elo fatal com as doenças cardíacas.

Ela contribui para a formação de placas de gordura nas artérias (aterosclerose), que podem obstruir e levar a um infarto ou AVC. Não se trata de teoria: pesquisas já identificaram bactérias bucais nessas placas removidas de pacientes cardíacos.

A busca por um especialista adequado

A professora Carla Damante, da USP de Bauru, explica com clareza: “Nossos pacientes com periodontite carregam uma quantidade significativa de bactérias nas gengivas. Esses microrganismos não ficam restritos à boca – eles podem viajar pela corrente sanguínea como passageiros perigosos, atingindo artérias e órgãos vitais”.

O que está em jogo vai muito além de preservar um dente: é a proteção de todo o organismo que está em risco.
Diagnóstico e tratamento

Muita gente acha que ir ao periodontista é só fazer uma limpeza mais caprichada, mas a realidade é bem diferente. Na verdade, o que acontece no consultório é uma investigação profunda – quase como um detetive procurando pistas escondidas.

O dentista usa uma sonda milimétrica para medir aquele espaço entre a gengiva e o dente, que é onde o problema costuma se esconder. Essas “bolsas”, quando muito profundas, são como esconderijos perfeitos para as bactérias. E, dependendo do caso, pode ser necessário até mesmo fazer radiografias para verificar se já houve perda do osso que sustenta os dentes.

A Dra. Fernanda Skupien reforça: “O controle da inflamação periodontal não só preserva os dentes, mas também reduz riscos sistêmicos”.

Para pessoas que já enfrentam problemas cardíacos, o cuidado deve ser redobrado. A professora Carla Damante é direta: “Pacientes diagnosticados com doença cardiovascular, hipertensão ou AVC devem procurar um periodontista para acompanhamento frequente”.

Uma única saúde

Esta compreensão muda completamente nossa perspectiva sobre a saúde bucal. Cuidar das gengivas, manter uma higiene bucal adequada e visitar regularmente o dentista deixaram de ser questões meramente estéticas ou relacionadas apenas à preservação dentária. Tornaram-se medidas essenciais para proteger um dos órgãos mais vitais: o coração.

Os avanços da medicina deixaram claro que a verdadeira longevidade começa na prevenção integrada. Um sangramento gengival durante a escovação nunca deve ser ignorado – esse simples cuidado pode definir um futuro com saúde ou o caminho para complicações graves.

Diante dessas evidências, especialistas defendem uma mudança urgente de paradigma. É preciso alertar a população sobre essa conexão vital e criar políticas públicas que incluam a saúde bucal como parte fundamental do combate às doenças cardíacas.

Esta é uma daquelas raras situações em que um cuidado simples – como escovar os dentes adequadamente e fazer visitas regulares ao dentista – pode se transformar em um ato de proteção cardiovascular. Afinal, como estamos aprendendo, a saúde começa pela boca, mas seu impacto ecoa em todo o corpo, especialmente no coração.