Em entrevista no Ponto Central esta manhã, na Antena 1, a ministra do Ambiente disse que esta terça-feira há uma reunião do Conselho da União Europeia de ambiente para “fechar a meta”.
“Está tudo bem encaminhado para termos uma meta fechada e uma posição forte”, afirmou Maria da Graça Carvalho, reconhecendo que é “um pouco à última da hora”.

“A presidência dinamarquesa deveria ter conseguido mais cedo, mas pronto, sei que é difícil”, apontou.
Na reunião dos 27, Portugal será representado pela embaixadora portuguesa em Bruxelas, revelou a ministra do Ambiente. O encontro começou por volta das 9h00 (10h00 em Bruxelas) e há uma previsão para terminar às 16h00 (mais uma hora em Bruxelas).
Este é um impasse difícil numa Europa que tem relegado as questões climáticas para segundo plano nos últimos meses, atrás das preocupações com a defesa e a competitividade.
As Nações Unidas exigem uma meta que seja unânime para a redução das emissões de gases de efeito de estufa até 2035, procurando também uma meta por maioria qualificada sobre a lei climática em 2040.
Nesta altura, ainda não foi aprovado o objetivo proposto pela Comissão Europeia de reduzir as emissões em 90% em 2040 em relação a 1990, sendo que a UE estava em -37% em 2023.
“São precisos 27 para dançar o tango”, disse com um sorriso o comissário europeu responsável pelo clima, Wopke Hoekstra, antes da reunião.
A Espanha, os países escandinavos e a Alemanha apoiam a meta da Comissão, ao contrário de países como a Hungria, a Polónia, a República Checa ou a Itália, que vêem o valor proposto como uma ameaça às suas indústrias.
Uma das nuances que vão ser discutidas esta terça-feira é a flexibilidade concedida aos Estados, com a hipótese de adquirir créditos de carbono internacionais, para financiar projetos fora da Europa.
Apoios para diversificar fontes de energia renovável
Maria da Graça Carvalho explicou também no Ponto Central da Antena 1 que há um compromisso de Belém, o local da COP no Brasil, para procurar diversificar as fontes de energia renovável.
Referiu por isso que vão ser apresentados na Assembleia da República, na Comissão de Orçamento e Finanças, investimentos em Portugal na área dos gases renováveis.

“É um apoio para novos projetos, não só eletricidade mas também gases renoviáveis e conbustiveis liquidos renováveis que o Brasil quer põr em cima da mesa”, explicou nesta entrevista conduzida pela jornalista Eduarda Maio.
A governante portuguesa explica que estas medidas procuram uma “diversidade e neutralidade tecnológica”.

A ministra do Ambiente falou ainda sobre um fundo que vai ser discutido na COP30, dedicado às florestas tropicais.