Durante o Fórum sobre o Alargamento da UE, organizado esta terça-feira pela Euronews em Bruxelas, o presidente ucraniano apelou a Viktor Orbán para que “não bloqueie” o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia, que Bruxelas considera estar no bom caminho, ao contrário da Geórgia, mais distante dos 27. “Gostaríamos muito que o primeiro-ministro húngaro nos apoiasse ou, pelo menos, não nos bloqueasse”, afirmou Volodymyr Zelensky.
O processo de adesão da Ucrânia à União Europeia foi iniciado na sequência da invasão russa em fevereiro de 2022, mas está parado há vários meses. Em causa, está a falta de unanimidade dos 27 Estados-membros em cada nova etapa. Nomedamente, do chefe do governo húngaro, próximo de Vladimir Putin, que decidiu congelar o processo de adesão, fazendo uso do seu direito de veto.
UE quer um “mandato” para avançar com as negociações
Marta Kos, comissária europeia responsável pelo Alargamento da UE, anunciou a Comissão Europeia procura soluções – como a solitação de um “mandato” – para prosseguir as discussões nos grupos de trabalho, sem ter de pedir luz verde para cada etapa das negociações.
No entanto, é necessário que a Hungria de Viktor Orbán aceite esse “mandato”, reconheceu Marta Kos.
Na apresentação de um relatório intercalar sobre o estado das negociações entre a UE e os dez países que pretendem aderir à União, a comissária europeia explicou que a Ucrânia e a Moldávia continuam a “trabalhar nas reformas” exigidas por Bruxelas, a fim de estarem prontas no dia em que Budapeste decida levantar o seu veto.
O veto da Hungria também impede a Moldávia de avançar, uma vez que os dois países estão a negociar em conjunto a sua adesão à UE
Segundo Marta Kos, apesar da guerra na Ucrânia, Kiev “continuou a demonstrar um compromisso notável com o caminho para a adesão à UE”. De acordo com a Comissão Europeia, a única questão preocupante atualmente do lado ucraniano é a luta contra a corrupção.
“As tendências negativas recentes, nomeadamente uma pressão crescente
sobre as agências especializadas na luta contra a corrupção e sobre a
sociedade civil, devem ser invertidas de forma decisiva”, observou o
executivo europeu, numa referência à supressão da independência de dois organismos anticorrupção fundamentais que provocou a ira de Bruxelas e fez Kiev recuar.
O líder ucraniano acredita que a luta contra a corrupção não compromete o avançar das negociações, que Kiev gostaria de ver concluídas até 2028 e que Bruxelas apoia, apesar de exigir uma “aceleração do ritmo das reformas”.
“Há todas as razões para esperar um resultado positivo para nós”, afirmou Volodymyr Zelensky na segunda-feira.
c/agências