O INEM reconheceu, nesta segunda-feira, que o helicóptero de Loulé ficou inoperacional no sábado à tarde, mantendo a ressalva de que, mesmo que estivesse operacional, não poderia ter assegurado o transporte entre Faro e Lisboa devido às condições meteorológicas adversas.

Em causa está o transporte no sábado de um bebé em estado crítico entre os hospitais de Faro e Dona Estefânia, em Lisboa, por ambulância, depois de o helicóptero do INEM não ter assegurado a transferência do recém-nascido. Segundo o INEM, o transporte entre estes hospitais “não poderia ter sido assegurado por via aérea a partir de qualquer das bases, Évora ou Loulé, devido às condições meteorológicas adversas que se faziam sentir na altura do pedido, também em Lisboa”.

“O helicóptero com base em Loulé ficou inoperacional cerca das 15h de sábado, dia 1 de Novembro, por motivos de manutenção e logísticos, prevendo-se que retome a operacionalidade no decorrer do dia de amanhã [terça-feira]”, adiantou o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) à Lusa.

“Ou seja, mesmo que o helicóptero de Loulé estivesse operacional, o transporte não poderia ser concretizado com recurso a este meio aéreo”, adiantou o instituto, avançando que assegurou a resposta ao pedido por via terrestre, através de uma ambulância de transporte inter-hospitalar pediátrico, “garantindo o transporte e o acompanhamento médico ao bebé com a máxima segurança”.

O transporte inter-hospitalar pediátrico (TIP) dedica-se especificamente ao transporte de recém-nascidos e doentes pediátricos em estado crítico entre unidades de saúde, através de ambulâncias que dispõem de uma tripulação constituída por um médico, um enfermeiro e um técnico de emergência pré-hospitalar.

De acordo com o INEM, estas ambulâncias estão equipadas com “todo o material necessário” à estabilização de doentes dos zero aos 18 anos, permitindo o seu transporte para hospitais onde existam unidades diferenciadas com capacidade para o seu tratamento.

Na sequência deste caso, a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) instaurou, nesta segunda-feira, um processo de esclarecimento, solicitando ao INEM e à Unidade Local de Saúde do Algarve para se pronunciarem. Também a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) adiantou à Lusa que “instaurou um processo de avaliação ao caso” para analisar os factos.

No sábado, o INEM anunciou que todos os quatro novos helicópteros de emergência médica tinham começado a operar em pleno, diariamente por períodos de 24 horas, ao fim de um atraso de quatro meses.

Em comunicado, o instituto referiu que o novo contrato de helitransporte de emergência garantia a partir de sábado “a disponibilidade permanente” dos quatro meios aéreos, sediados nas bases de Macedo de Cavaleiros, Viseu, Évora e Loulé, “assegurando cobertura aérea em todo o território continental” em regime de “24 horas por dia, sete dias por semana”.