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O CEO da SpaceX propõe o uso de satélites para combater o aquecimento global. “Pequenos ajustes bastariam. A Terra já foi uma bola de neve muitas vezes”.

O magnata Elon Musk voltou a surpreender o mundo, desta vez com uma proposta altamente ambiciosa, por dois (literalmente) gigantes motivos: o CEO da SpaceX parece querer tapar o Sol e, assim, salvar o mundo.

Para enfrentar a crise climática global, Musk sugeriu esta segunda-feira a criação de uma constelação de satélites movidos a energia solar e equipados com inteligência artificial (IA), capazes de ajustar a quantidade de radiação solar que atinge a Terra, numa tentativa de controlar o aquecimento ou arrefecimento do planeta.

“Uma grande constelação de satélites de inteligência artificial movidos a energia solar seria capaz de prevenir o aquecimento global, fazendo pequenos ajustes na quantidade de energia solar que chega à Terra”, escreveu o multibilionário, na sua rede social, X.

Questionado por um utilizador sobre como é que a constelação de IA garantiria ajustes precisos e equitativos na energia solar em todos os hemisférios da Terra, tendo em conta as variações sazonais e os potenciais conflitos geopolíticos pelo controlo, Musk reforçou que “bastariam pequenos ajustes para evitar o aquecimento global ou o arrefecimento global.

“A Terra já foi uma bola de neve muitas vezes no passado”, concluiu o magnata, sem apresentar, no entanto, detalhes específicos sobre o projeto.

A ideia insere-se no conceito de geoengenharia conhecido como Solar Radiation Modification (SRM), que consiste em bloquear ou refletir parte da radiação solar para reduzir a temperatura média global. O magnata Bill Gates propôs o mesmo na década passada, e fez testes com esse plano em vista em 2021.

Nos últimos anos, várias empresas têm explorado tecnologias de SRM, incluindo o lançamento de milhares de espelhos orbitais ou a utilização de aerossóis para replicar os efeitos de erupções vulcânicas. Nenhuma delas, contudo, está próxima de uma implementação em larga escala. A entrada da SpaceX neste sector colocaria uma gigante tecnológica numa indústria ainda em fase inicial.

No caso da Starlink de Musk, é preciso muito mais “fruta”. A atual frota de quase 9.000 satélites da empresa espacial não poderia ser adaptada para esta finalidade, explica o Gizmodo, exigindo-se a criação de uma nova divisão dedicada exclusivamente ao projeto, o que implicaria custos estimados na ordem dos vários milhares de milhões de dólares.

Muitos especialistas alertam no entanto para os riscos e limitações desta abordagem. Defendem que qualquer intervenção em larga escala na radiação solar seria extremamente complexa, arriscada e imprevisível, com potenciais efeitos negativos sobre os padrões climáticos, biodiversidade, ciclos de dia e noite e relações internacionais.

A iniciativa surge num momento em que o planeta se aproxima de limites críticos e os esforços internacionais para reduzir emissões são ainda muito insuficientes.


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