Itália apresentou um novo pacote de ajuda financeiro à Ucrânia. A Rússia não gostou e a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, aproveitou um tema da atualidade — o colapso da Torre dei Conti — para fazer, esta segunda-feira, uma comparação na sua conta do Telegram. “Enquanto o governo italiano continuar a desperdiçar o dinheiro dos contribuintes, Itália entrará em colapso da economia às torres”, escreveu a dirigente da Rússia.

Ora, o governo italiano não gostou deste paralelismo entre o dinheiro que aloca ao esforço de guerra ucraniano e o colapso parcial da torre medieval. O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, condenou as declarações “perturbadoras” e “inaceitáveis” e deixou uma garantia: “Itália não vai alterar o seu posicionamento da política externa ou os seus princípios em resposta a ataque verbais irresponsáveis”.

Os comentários “vulgares” levaram mesmo o governo italiano a apresentar um protesto formal contra a Rússia e a convocar o embaixador russo em Roma. O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano sublinhou que a dirigente russa estava a comentar uma “tragédia” que ainda tinha “pessoas debaixo de destroços” e que resultou na morte de um trabalhador.

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“Quando houve uma tragédia que afetou a Federação Russa, mostrámos sempre solidariedade. Essas declarações são vergonhosas e inaceitáveis para um país civilizado”, atirou ainda Antonio Tajani.

No Facebook, a embaixada russa em Itália criticou a “campanha anti-Rússia rude e repulsiva” que está em curso em território italiano. A diplomacia de Moscovo justificou ainda as palavras de Maria Zakharova, frisando que a porta-voz estava a alertar para “o subfinanciamento do património cultural histórico de Itália devido aos gastos absurdos dos contribuintes italianos para apoiar o regime criminoso na Ucrânia”.

Ainda assim, a diplomacia russa apresentou as condolências pela morte do trabalhador da Torre dei Conti e desejou a “recuperação de todas as vítimas resultantes deste incidente”. Mas a embaixada também não deixou de criticar que o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano “tenha insistido realizar a reunião, que não era urgente, precisamente no dia 4 de novembro, quando a Rússia celebra o feriado do Dia da Unidade Nacional”.

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