José Mourinho, treinador do Benfica, em declarações aos jornalistas após a derrota com o Bayer Leverkusen na Luz:

Tirou Dahl pouco depois do erro dele no lance que originou o golo do Bayer Leverkusen. Pode explicar?

«Para o jogo com o Casa Pia no domingo, digo já um jogador que vai jogar: o Dahl. Fez um jogo fantástico. No primeiro tempo, ali à minha frente, foi delicioso ver a maneira como defendia, como saía da pressão e como saía a jogar. Neste momento é um jogador que procura muito mais a profundidade do que anteriormente. Fez um jogo muito, muito bom. Quando o tiro não foi para o penalizar pelo erro. Porque é um erro nosso, não individual.

Se fossemos falar de erros individuais, falhámos golos de baliza aberta, tivemos o guarda-redes pela frente e quisemos entrar com a bola pela baliza adentro. Se fossemos falar de erros individuais, teríamos de falar de muita gente.

O miúdo fez um jogo muito bom e as substituições que fiz não tiveram absolutamente nada a ver com isso. Ele está em crescendo e a jogar cada vez melhor.»

Considera que os jogadores fazem muita cerimónia na hora do remate ou estão a sentir muito a pressão devido à classificação na Champions?

«Não acho que seja pressão. Se fosse, sentir-se-ia logo a partir de trás. A equipa está com uma tranquilidade enorme. O próprio Trubin, que não é um mágico com os pés, ainda tem algum erro pelo que estamos a tentar fazer, mas tem demonstrado grande estabilidade. A equipa sai a jogar de trás com bastante facilidade. As bolas que foram ao ferro não deviam ter ido. Na segunda parte tivemos uma ou outra situação em que temos de ser mais matadores e dar uma paulada na baliza em vez de se tentar driblar o guarda-redes com meia-dúzia de metros quadrados. Acho que não foi pressão. Quando há pressão, as equipas jogam mal.

Jogámos contra um adversário que fez um remate à baliza no jogo todo, mas foi um adversário que nos exigiu muito e nós demos tudo o que o jogo nos pediu. Ao intervalo devíamos estar a ganhar 2 ou 3-0 e na segunda parte devíamos ter sido nós a fazer o golo. O futebol às vezes é cruel. Às vezes acontece isto. Um dia estou convicto de que também ganharemos um jogo que não merecemos, o que ainda não nos aconteceu.»

«Falhámos na finalização e depois, como eu já disse na flash interview, dói-me o coração que um miúdo que fez um excelente jogo faz uma assistência para o golo do Bayer Leverkusen, que não fez nada para ganhar e que teve a complacência do árbitro na estratégia de antijogo. Digo sempre que quando existe antijogo, a culpa não é dos adversários, mas sim de quem permite. O hjulmand fez o que eu teria feito se estivesse na posição dele e os jogadores do Bayer Leverkusen fizeram o que os do Benfica fariam se estivessem a ganhar. O árbitro? Muito estilo, mas pouca qualidade. Mas não foi por ele que perdemos. Perdemos porque não fizemos golos.»

Adeptos vieram a jogo, como tinha pedido?

«Sim, sim. Vieram a jogo! Na parte final existe a frustração, mas ao mesmo tempo existiu o apoio à equipa.»