Segundo informações recolhidas pelo JN, o recluso foi transferido na tarde desta quarta-feira do Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha para o do Porto, em Custoias, Matosinhos, onde terá chegado às 19 horas e de onde seguiu, escoltado por seis guardas desta cadeia, para o velório da mãe, uma vez que obteve a autorização do respetivo diretor para o efeito.

A decisão está a causar indignação entre os guardas prisionais, uma vez que, para garantir a segurança do transporte do recluso ao Bairro da Pasteleira, onde decorria o velório, foram empenhados profissionais que, às 16 horas, iriam render outros quatro que faziam vigilância a três reclusos internados em dois hospitais, no Porto e em Matosinhos, desde as 8 horas.

Ao serem desviados aqueles guardas para a Pasteleira, os que estavam nas unidades hospitalares (dois em cada) viram o turno terminar apenas às 21 horas.

“Não percebe nada de segurança”, diz líder sindical

O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Frederico Morais, condena a decisão do diretor da cadeia de Custoias, José Júlio Silva, que considera que “não tem condições para continuar a dirigir este estabelecimento prisional”, e pede a intervenção da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice.

Para Frederico Morais, é “lamentável” que o diretor da cadeia de Custoias “mande seis guardas levar um recluso a um velório, às 7 da noite, ao Bairro da Pasteleira”. “Demonstra que não percebe nada de segurança”, acusa, por considerar que o diretor pôs “a vida dos elementos do corpo da guarda prisional em causa”. De resto, afirma que “têm sido constantes as falhas e as violações de segurança” em Custoias.

O JN questionou a Direção-Geral dos Serviços Prisionais, mas não obteve resposta em tempo útil.