KNDS Deutschland

O Leopard 2A8 é a mais recente versão da consagrada série de tanques Leopard 2 de fabrico alemão
A Alemanha está a apostar no tanque Leopard para a sua nova brigada na Lituânia. O plano é levar para a fronteira da NATO na Europa de Leste o Leopard 2A8, a sua versão mais moderna, adaptada com base nas observação das estratégias de combate da Rússia na guerra da Ucrânia.
Os aliados da NATO, preocupados com a ameaça militar de Moscovo, continuam a investir em carros de combate, apesar de inúmeros veículos blindados dispendiosos terem sido danificados ou destruídos por drones comerciais baratos usados pela Rússia na Ucrânia.
A Alemanha não é exceção. Após observar o desenrolar da guerra em curso, decidiu o que a sua nova 45.ª Brigada Blindada, baseada na Lituânia, deveria levar consigo: o seu carro de combate mais avançado, Leopard 2A8.
O comandante da brigada, o brigadeiro-general Christoph Huber, afirmou ao Business Insider que “esta brigada tem prioridade máxima na Alemanha” e contará com o equipamento militar alemão mais moderno.
Huber sublinhou que é “crucial” para a brigada dispor de blindagem pesada. “Esta brigada é, no seu núcleo, um compromisso de forças blindadas pesadas”, explicou. Isso significa levar “o mais moderno carro de combate principal alemão”.
O Leopard 2A8 é o tanque mais avançado produzido pela KNDS Deutschland e incorpora modificações inspiradas nas lições retiradas da Ucrânia, incluindo sistemas de proteção contra drones.
Entre as novas atualizações estão o sistema ativo de proteção Trophy, que deteta ameaças como mísseis anticarro e drones, reforços na torre, considerada vulnerável, e sensores melhorados. Segundo a empresa, o Leopard 2A8 representa um salto em capacidade, sobrevivência e letalidade, e está preparado para o futuro.
Estes tanques estão agora muito mais alinhados com o combate moderno do que os modelos Leopard concebidos para confrontos da Guerra Fria — como os que a Ucrânia recebeu. Não são invencíveis, mas constituem uma melhoria significativa.
“É necessário introduzir novas capacidades nas nossas forças, baseadas nas lições identificadas na terrível guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, afirmou o general.
As guerras de hoje e as de amanhã
A guerra na Ucrânia tem sido marcada por imagens de tanques em chamas após ataques de drones baratos — incluindo tanques Leopard alemães e Abrams americanos (embora não as versões mais recentes de nenhum dos dois).
Ambos os lados têm procurado adaptar-se, reforçando a blindagem e aplicando proteções adicionais, ao mesmo tempo que utilizam os tanques com maior prudência.
Na Ucrânia, os tanques são frequentemente usados em posições recuadas e dissimuladas, funcionando muitas vezes como uma espécie de artilharia móvel. Por vezes participam em assaltos, mas em número reduzido e de forma muito cuidadosamente coordenada, com o apoio de drones e guerra eletrónica.
Os tanques têm enfrentado dificuldades recorrentes na guerra da Ucrânia porque nenhum dos lados domina o espaço aéreo, o que deixa as colunas blindadas e os grandes assaltos mecanizados vulneráveis aos drones que sobrevoam o campo de batalha para vigilância e ataque.
Com melhores meios aéreos, como aviões de combate de quinta geração, e arsenais mais diversificados, a NATO poderá evitar alguns dos problemas que têm afetado os exércitos em conflito, embora o futuro permaneça incerto.
Huber afirma que a 45.ª Brigada está na Lituânia para dissuadir a Rússia e proteger o flanco oriental da Aliança. Já iniciou operações, mas só atingirá a sua força total, 4.800 militares, em 2027. Contudo, garantiu, estará pronta para atuar muito antes disso, se necessário.
A Lituânia é considerada particularmente vulnerável. O antigo diretor da CIA, David Petraeus, afirmou este ano que a via como o país mais exposto a uma eventual invasão russa.
O destacamento desta brigada na Lituânia representa um passo significativo para a Alemanha, que desde a Segunda Guerra Mundial tem mantido uma postura militar contida e evitado grandes missões permanentes no estrangeiro. A invasão russa da Ucrânia alterou gradualmente esse cálculo.
“Juntamente com as restantes forças internacionais na Lituânia — aliados como a Noruega, os Países Baixos e os Estados Unidos —, estamos, no fundo, a defender cada centímetro do território da NATO”, concluiu Huber. “Defendemos os nossos valores comuns, a nossa liberdade, a democracia e os direitos humanos.”