O MUDE – Museu do Design e da Moda inaugura a 4 de dezembro “Meu Nome António”, uma nova exposição dedicada a António Variações (1944-1984), centrada no olhar íntimo e cúmplice da fotógrafa Teresa Couto Pinto. A mostra reúne 85 fotografias, algumas inéditas, resultado das sessões realizadas entre 1981 e 1983, e onde se revela a construção visual, estética e identitária do artista.

Além do registo fotográfico, “Meu Nome António” apresenta ainda peças de vestuário e acessórios usados pelo músico, reforçando a dimensão performativa e visual que sempre acompanhou a sua obra – muito para lá dos palcos e das gravações.

Segundo o museu, as imagens “evidenciam a personalidade forte, o humor, a liberdade criativa e o carisma de Variações”, mas também a relação de total confiança com Couto Pinto. Foi destas sessões que nasceram algumas das fotografias icónicas do cantor — como a célebre imagem em que segura uma tesoura de barbeiro junto ao peito ou o retrato com um microfone e uma tesoura na mão.

Célebre imagem do artista em que segura uma tesoura de barbeiro junto ao peito

Teresa Couto Pinto

Com curadoria de Bárbara Coutinho, diretora do MUDE, e produzida em colaboração com a Terra Esplêndida, a exposição ficará patente de 4 de dezembro a 26 de abril.

António Variações: entre o fado, o pop e a invenção

Barbeiro de profissão e criador por natureza, António Variações foi uma figura singular da música portuguesa, capaz de cruzar fado, tradição popular e pop rock com uma estética visual que desafiava convenções. Morreu aos 39 anos, em junho de 1984, deixando apenas dois álbuns — mas um legado que o tempo só ampliou:“Estou Além”, “Canção do Engate” ou “O Corpo é que Paga” tornaram-se canções maiores da pop portuguesa.

A sua vida e obra continuam a gerar novas leituras – no teatro, no cinema, em biografias, exposições e até num álbum de reinterpretações, pela formação Humanos.