Na 4.ª edição do Dia da Indústria Automóvel, em Paris, a Comissão Europeia anunciou a “Iniciativa para Carros Pequenos”, um claro contra-ataque à ofensiva chinesa de carros elétricos.
Considerando o impacto que os regulamentos têm na adição de carros elétricos, por impactarem o preço dos modelos comercializados, a União Europeia (UE) tem um plano.
Conforme partilhado, em Paris, a Comissão Europeia anunciará, no dia 10 de dezembro, uma nova categoria de veículos elétricos pequenos, por forma a priorizar a acessibilidade e a disponibilidade destes modelos.
O objetivo da chamada “Iniciativa dos Carros Pequenos” passa por estimular a procura e conter a crescente quota de mercado da China na Europa.
O objetivo das fabricantes é colocar no mercado novos veículos pequenos, com preços entre 15.000 e 20.000 euros. Uma vez que as restrições regulamentares influenciam, também, o preço, vamos criar este quadro regulamentar.
Partilhou Stéphane Sejoune, Comissário Europeu para a Indústria, que pretende revelar o novo quadro regulamentar dentro do prazo previsto, criando um ambiente mais favorável para os veículos elétricos pequenos e ajudando as fabricantes europeias a competir num mercado global cada vez mais concorrido.
A iniciativa integra uma estratégia mais ampla, em quatro vertentes, para promover a adoção de veículos elétricos pequenos em toda a Europa.
Segundo esclarecido, tornar estes carros mais acessíveis é considerado vital para incentivar as famílias a trocarem os carros tradicionais com motor de combustão por alternativas ecológicas.
Fabricantes apelavam há meses por um quadro regulamentar mais atrativo
Em setembro, a cimeira automóvel da UE estabeleceu metas ambiciosas de neutralidade climática para 2050.
Se a “Iniciativa dos Carros Pequenos” for bem-sucedida, poderá aumentar significativamente a probabilidade de cumprir estes objetivos.
Na altura, em Bruxelas, as fabricantes de automóveis europeias apelaram a uma maior flexibilidade para cumprir as rigorosas metas de emissões de CO2, sublinhando os desafios de equilibrar as ambições ambientais com as realidades económicas.
Recorde-se que a UE planeia eliminar gradualmente os veículos novos com motores de combustão até 2035, num cronograma que muitas empresas, governos e entidades consideram demasiado apertado e que apelam a que seja alargado.
Garantir que a Europa possa liderar a transformação da mobilidade elétrica a nível global requer mais do que apenas seguir rigorosamente um calendário.
Alertou Michiel Langezaal, diretor-executivo da Fastned e presidente da ChargeUp Europe, à Euronews.
Além disso, enfatizou a necessidade de a indústria abordar os desafios com uma mentalidade de crescimento e tomar medidas específicas para facilitar uma transição suave para a mobilidade elétrica, beneficiando os consumidores, a indústria e o ambiente.
De acordo com o analista automóvel Michael Dunne, citado pelo britânico International Business Times, “os carros chineses estão a chegar a um ritmo impressionante a praticamente todos os países em todos os fusos horários, exceto os Estados Unidos e o Canadá”.
Segundo o analista, “nunca em cem anos a indústria automóvel testemunhou um crescimento tão explosivo nas exportações de um único país”.


