Mariana Leitão pediu ainda que Eunice Baeta renunciasse ao cargo de vogal da Comissão Executiva do partido, “por não estarem reunidas as condições de confiança política para o continuar a exercer, o que foi aceite”, divulgou a IL em comunicado.

Nesse comunicado, assinado pela líder da IL, Mariana Leitão revela que Eunice Baeta, vereadora eleita pela coligação PSD/IL/PAN em Sintra, informou-a na quinta-feira que tomou a decisão de integrar um executivo com vereadores do Chega, “violando a decisão tomada pela Comissão Executiva da IL”.

“A 21 de outubro, a Comissão Executiva da Iniciativa Liberal deliberou em reunião não aceitar a integração de vereadores do Chega nos executivos camarários onde a IL está integrada na governação em coligação com o PSD. Esta posição foi aprovada com apenas um voto contra e nenhuma abstenção”, lê-se na nota.

Assim, Mariana Leitão decidiu “retirar a confiança política” a Eunice Baeta, “deixando o seu mandato de ser exercido em representação da Iniciativa Liberal”, decisão essa que diz ter comunicado “primeiro à própria após ter conhecimento da sua decisão”.

A líder da IL sublinha que o partido “sempre disse que nunca integraria qualquer governo com o Chega” e reafirma “essa posição intransponível”.

“A Iniciativa Liberal não partilha nem tolera o populismo, o autoritarismo ou o ódio que o Chega amplifica e representa. Não há compromisso possível entre quem defende a liberdade individual, a responsabilidade e o Estado de Direito com quem vive da divisão, da demagogia e do ataque às instituições democráticas”, sustenta.

Segundo Mariana Leitão, “a Iniciativa Liberal não abdica dos seus princípios por cargo nenhum, nem viabiliza nem branqueia o projeto político do partido Chega”.

Acordo com o Chega

Na quinta-feira, a socialista Ana Mendes Godinho disse à Lusa que a coligação PSD/IL/PAN, que lidera a Câmara de Sintra, “optou por fazer um acordo com o Chega” no executivo, enquanto fonte próxima do social-democrata Marco Almeida recusou “discussões públicas sobre cargos”.

Ana Mendes Godinho acrescentou que na reunião do executivo da câmara de hoje “está em cima da mesa a nomeação de administradores para as empresas municipais indicados pelo Chega”.

A candidatura Sempre com os Sintrenses, liderada por Marco Almeida, obteve nas eleições de 12 de outubro 33,86% dos votos e quatro mandatos, à frente da antiga ministra Ana Mendes Godinho (PS/Livre), com 31,67% e também quatro eleitos, seguindo-se Rita Matias, do Chega, com 23,38% e três mandatos.

O antigo presidente da autarquia Fernando Seara venceu as eleições para a assembleia municipal, pela coligação PSD/IL/PAN, à frente do socialista João Soares (PS/Livre), e após a tomada de posse, no sábado, apresentou para aprovação uma lista que incluiu um eleito do Chega num lugar da mesa da assembleia.

O executivo reúne-se hoje pela primeira vez, nos Paços do Concelho, e na ordem de trabalhos constam a delegação de competências da câmara no presidente, a fixação de cinco vereadores em regime de permanência e a exoneração dos representantes do município nas empresas locais e de entidades intermunicipais, e designação dos novos representantes.

Na proposta de designação de novos representantes, a que a Lusa teve acesso, Marco Almeida propõe Rui Caetano para presidente da administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) e Paulo Gomes e Rui Covas Simões como vogais, e os vereadores Francisco Duarte (PSD) e Anabela Macedo (Chega) para a Associação de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra para o Tratamento de Resíduos Sólidos (AMTRES).

A vereadora Andreia Bernardo (PSD) é designada para a Empresa Municipal de Estacionamento de Sintra (EMES) e para a Fundação Cultursintra, juntamente com Marco Almeida e um representante do PS, enquanto Ricardo Aragão Pinto (Chega) é designado para a A2S – Associação para o Desenvolvimento Sustentável da Região Saloia, e Eunice Baeta (IL) para a Nanomat – Associação para Investigação e Desenvolvimento em Materiais Avançados e Aplicações.