Segundo a mesma agência, o BOPE terá comprado, com autorização do governo americano – a legislação dos EUA obriga a que as exportações sejam, por norma, aprovadas pelo Departamento de Estado, que passa depois o processo para o Departamento do Comércio – 20 rifles produzidas pela Daniel Defense LLC, através de um acordo não anunciado, em maio de 2023.

As armas terão sido recebidas em 2024, quando havia dentro do Departamento do Estado americano um debate sobre se o armamento devia mesmo chegar ao Brasil, tendo em conta as dúvidas sobre a sua utilização futura. Dizem os mesmos documentos que a então embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley, se opôs a este acordo de venda. Uma posição que foi acompanhada por diversos outros diplomatas, refere um memorando do Departamento de Estado de janeiro de 2024 consultado pela Reuters. O mesmo memorando descreve o BOPE como “uma das unidades policiais mais notórias do Brasil no que diz respeito a homicídios de civis”.

A administração Trump atira as responsabilidades para o executivo anterior, liderado por Joe Biden:

“As desastrosas políticas externas do governo anterior ajudaram e incentivaram as gangues mais violentas do nosso hemisfério”, disse, entretanto, um porta-voz do Departamento de Estado à Reuters. “No ano passado, o Departamento de Estado de Biden negou equipamentos defensivos essenciais a parceiros de segurança confiáveis no Brasil, enquanto lhes pedia para proteger o presidente Biden durante a sua viagem ao Rio em 2024. No interesse de um hemisfério mais seguro, continuamos comprometidos em garantir que os nossos parceiros tenham o que precisam para combater criminosos violentos”, referiu. Recorde-se que Biden viajou até ao Brasil no final do seu mandato para participar na cimeira do G20, que teve lugar naquele país.