O livro “Frágil equilíbrio: justiça climática e responsabilidade” será lançado no próximo dia 8 de agosto, às 19h, na Arena Digital da PUCPR. Escrito por Jelson Oliveira, Grégori de Souza, Lucas Miguel Bugalski e Thiago Vasconcelos, o livro é resultado das pesquisas desenvolvidas no âmbito da linha de Ética e Filosofia Política do Programa de Pós-graduação em Filosofia da PUCPR, do GT Hans Jonas da ANPOF e do Centro Hans Jonas Brasil.
A obra, que será lançada também na COP 30, em Belém, tem epílogo de Maria Silva, Ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil. A imagem da capa, por sua vez, é de Patrick Rigon para a coleção “E por falar em amor”, do estilista mineiro Ronaldo Fraga.
Editado com o selo da EDUCS e da Coleção Filosofia Contemporânea, o livro foi editado com o apoio da CAPES, do CNPq e da Fundação Araucária, apresentando-se como um convite à reflexão e à ação, na medida em que busca juntar os temas da responsabilidade ambiental, tal como proposto pelo filósofo alemão Hans Jonas, à justiça climática, explorando como podemos – e devemos – enfrentar a emergência planetária de forma ética, inclusiva e transformadora.
Ao falar em justiça climática e responsabilidade como forma de preservar o frágil equilíbrio planetário, os autores propõem que somente um novo paradigma econômico, social e ambiental pode nos salvar do colapso anunciado. Dessa perspectiva, a responsabilidade pelo futuro é uma tarefa coletiva, mas, ao mesmo tempo, discrepante: cabe aos mais privilegiados agir com urgência e compromisso porque, afinal, estamos todos na mesma tempestade, mas não no mesmo barco. Tomar consciência disso é o objetivo do presente trabalho.
O livro está organizado em quatro capítulos. No primeiro deles, analisa o tema do equilíbrio cósmico a partir da ideia de biodiversidade e em articulação com o conceito de solidariedade de interesse, que foi desenvolvido por Jonas em sua obra de 1979, O princípio responsabilidade.
O segundo capítulo apresenta o conceito de justiça climática, demonstrando como a situação contemporânea exige uma análise das discrepâncias de responsabilidades na fabricação da crise e, ao mesmo tempo, no compromisso com a solução.
O terceiro capítulo, por sua vez, enfoca na justiça climática multiespécies, para analisar filosoficamente as implicações éticas da extinção em massa causada pela emergência climática, levando ao desequilíbrio ambiental.
O último capítulo analisa a ideia de clima como categoria da justiça, mostrando as implicações do problema não apenas em viés ético, mas também jurídico.
Já na abertura do livro os autores recorrem à imagem da capa para afirmar que “esse é um livro sobre o amor”. O amor, nesse caso, é um vínculo que reconhece a interdependência de todos os seres vivos e respeita o valor intrínseco de cada um deles e se concretiza na justiça e na responsabilidade.
Um amor político e ecológico, concretizado no cuidado com a vida, revelado em gestos cotidianos em relação à natureza e azeitado pela empatia ampliada que inclui humanos, plantas, outros animais, fungos, rios e florestas, montanhas e ares de todo tipo – merecedores de respeito e de afeto. O livro evoca, assim, aquilo que Jonas chamou de “a primeira tarefa cósmica da filosofia”: manter inalterado o “frágil equilíbrio” que dá chance à continuidade da vida humana e extra-humana sobre o nosso planeta. No ano da COP 30, essa é uma tarefa ética por excelência.
LANÇAMENTO
8 de agosto de 2025, 19h
Arena Digital PUCPR
Rua Imaculada Conceição, 1155, Curitiba/PR
Informações: [email protected]